Vá a concertos como quem vai à bola

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Uma nova promotora musical, de nome Gig Club, vai organizar concertos por subscrição, em que os sócios pagam uma subscrição anual que garante prioridade nos eventos organizados, e anunciou esta terça-feira, 11 de dezembro, os primeiros nomes, incluindo Kamasi Washington.

Segundo o fundador do projeto, João Afonso, o objetivo da plataforma é alcançar quatro mil sócios em Lisboa e no Porto no primeiro semestre de existência. Os preços variam consoante a área de subscrição que cada ‘futuro associado’ quiser pagar. Assim, os valores podem ir dos 50 euros por cidade ou 80 euros para acesso a concertos em todas as cidades da rede, neste caso Lisboa e Porto. O preço da subscrição anual garante um bilhete gratuito e descontos nas demais entradas, além de outros privilégios.

Esta parceria, segundo informações veiculadas pelo responsável à agência Lusa, prevê ligações a salas de música mais específicas e promoção de novos e emergentes talentos. Na lista de salas aderentes estão o Lux, o MusicBox e o Lisboa ao Vivo, na capital, e o Hard Club e o Pérola Negra, no Porto.

Embora o pré-registo já esteja aberto, o Gig Club vai estar disponível online a partir de quarta-feira, 12, com atividade no Porto e em Lisboa, por enquanto, tendo a intenção de se expandir a Madrid, Barcelona, Londres e Berlim, segundo o comunicado da organização, que quer realizar uma média de um concerto por mês, além de atividades adicionais como festas para escuta de discos em antestreia e concertos em locais secretos, só divulgados em cima da hora.

Em declarações à Lusa, o fundador do Gig Club, João Afonso, explicou que a ideia se formou por, “enquanto melómano”, querer ver concertos de bandas emergentes que não tinham palco onde atuar face à falta de vontade de arriscar por parte de quem programa.

“O problema não é do público, é dos promotores não conseguirem chegar a esse público, e comecei a pensar em como seria criar um canal para promover o concerto de uma banda menos conhecida”, afirmou João Afonso, que refere que o objetivo do projeto é alcançar 4.000 sócios em Lisboa e no Porto, nos primeiros seis meses de vida do Gig Club.

“Os concertos normais de agenda vão ser anunciados regularmente, vamos dar primazia aos nossos sócios, só depois sairá cá para fora [para o público em geral] e depois os concertos secretos serão em locais inusitados”, explicou João Afonso.

Os primeiros concertos a anunciar pelo novo projeto são os da canadiana Jessy Lanza (23 e 24 de janeiro, no Porto e em Lisboa, respetivamente), da banda Low Roar (12 e 13 de fevereiro, em Lisboa e Porto) e o regresso a Portugal do saxofonista norte-americano Kamasi Washington (10 e 11 de maio, no Porto e em Lisboa).

Quanto ao universo musical no qual se pretendem mover, João Afonso refere que há “abertura para programar em diversas vertentes”, em particular abrangendo o jazz, eletrónica, a world music e “o chamado indie”. “Sabemos que estamos a correr alguns riscos, em especial no primeiro ano. [Mas nas] primeiras bandas não estamos a arriscar tanto quanto isso”, referiu o fundador do projeto.

Este modelo não é raro e há exemplos da prática em Portugal. Um deles é o da Fundação Callouste Gulbenkian, que conta com uma assinatura por temporada musical que permite acesso privilegiado aos espetáculos programados.

CB com Lusa

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