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Greve feminista: quatro motivos (e mais um) para parar

Percorra a galeria de imagens e veja os quatro eixos da greve (mais um). [Fotografia: Reuters e Shutterstock]
Greve ao trabalho: Para reclamar “o fim da desigualdade salarial e do assédio moral e sexual nas empresas”. O Manifesto 8M salienta que a “desigualdade salarial com base no género está presente em todo o lado, nas empresas e instituições privadas e públicas”. As reivindicações incidem sobre a “reposição da contratação coletiva”, a “aplicação de salário igual para trabalho igual ou equivalente”, e a recusa de que “a gravidez ou os cuidados com descendentes e ascendentes” sejam motivos "para o despedimento ou a discriminação”.
Greve ao trabalho doméstico e à prestação de cuidados: “Este trabalho gratuito, desvalorizado e invisibilizado ocupa-nos o que corresponde, durante um ano, a três meses de trabalho”, refere o manifesto da Rede 8 de Março. A organização reclama o reconhecimento do valor social do trabalho doméstico e dos cuidados, a partilha da responsabilidade na sua prestação, que seja considerado no cálculo das pensões e o reconhecimento do estatuto do cuidador.
Greve ao consumo: O terceiro eixo apela à greve ao consumo, pretendendo denunciar e combater a “esteriotipização e a mercadorização” dos corpos femininos. Entre as reivindicações deste eixo, está a "gratuitidade dos produtos de higiene", numa recusa de que a sexualidade e saúde reprodutiva femininas sejam um "negócio".
Greve estudantil: "O eixo estudantil pretende resgatar o nosso lugar na história", diz Andreia Peniche ao Delas.pt. Defender "o direito a conhecer a nossa história e a das resistências", a ter "uma educação pública e gratuita", em todos os níveis de ensino e uma "escola da diversidade, crítica, sem lugar para preconceitos e invisibilizações" são as reivindicações deste eixo.
Greve por justiça: Neste campo, as reivindicações passam por aquilo que a organização tem vindo a repetir em vários protestos, no último ano, e que se reforça nas notícias mais recentes: formação obrigatória sobre violência doméstica e de género em todo o setor da Justiça, adoção oficial do conceito de “violência machista”, reforço do financiamento do combate à violência doméstica, afastamento dos agressores logo após a apresentação da queixa ou cumprimento do dever de proteção, por parte das forças de segurança, das vítimas. [Fotografia: Filipe Amorim/Global Imagens]

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“Pretendemos parar, para que se perceba que, se pararmos, o mundo para, porque o trabalho que desenvolvemos – remunerado e não remunerado, no setor formal e informal, é absolutamente imprescindível para que as sociedades funcionem”. É assim que Andreia Peniche, da plataforma Rede 8 de Março, resume a razão da primeira greve feminista nacional, com o apoio de sindicatos, para este 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

São quatro os principais eixos desta greve, definidos pelo manifesto apresentado em fevereiro: greve ao trabalho assalariado, ao trabalho doméstico e à prestação de cuidados, ao consumo de bens e serviços e greve estudantil. Mas a organização, que tem realizado nos últimos anos protestos contra aquilo que designa de “justiça machista”, não quis deixar de renovar esse combate, com as últimas notícias sobre os casos de vítimas de violência doméstica e decisões de tribunais, Ministério Público e forças policiais. Por isso, juntou aos quatro eixos, um quinto transversal, que elege esta greve também como um protesto “por justiça” e contra a violência doméstica, sexual e psicológica de que as mulheres são alvo, pelo facto de serem mulheres.

Além da greve, estão previstas concentrações em várias cidades do país, como Lisboa, Porto, Braga, Coimbra, Viseu, Vila Real, Évora ou Ponta Delgada (Açores), entre outras.

Na galeria em cima, fique a conhecer com mais detalhe cada um desses eixos e quais as reivindicações.

8 de Março: Como se prepara a primeira greve feminista em Portugal?