Há mais de 25 anos que não morriam tantas mulheres no parto e esta pode ser a razão

gravida

Novos dados revelam que há mais de 25 anos que não morriam tantas mulheres durante o parto e as mulheres portuguesas estão entre aquelas que mais morrem durante a gravidez ou o nascimento do bebé – comparativamente à restante Europa.

Segundo avança o Jornal de Notícias, os médicos admitem que é necessário estudar o fenómenos, mas avançam desde logo que uma das razões podem ser as gravidezes tardias, nomeadamente acima dos 40 anos de idade, que se tornam mais problemáticas.

Portugal é o quarto país europeu onde mais morrem mulheres grávidas ou durante o parto. O país fica apenas atrás da Estónia (que, em 2016, tinha uma taxa de mortalidade materna de 14,2), da Hungria (11,5) e da Letónia (9,1), segundo dados do Jornal de Notícias.

Em 2017 verificou-se 10,4 óbitos maternos por cada 100 mil nados vivos em Portugal, dados que os médicos consideram preocupantes, uma vez que há mais de duas décadas que não morriam tantas mulheres na sequência de um parto ou da gravidez, em Portugal. A taxa de mortalidade materna não atingia valores tão altos desde 1991, quando se registaram 12 mortes de mulheres por cada 100 mil nascimentos.

Luís Graça, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, ouvido pela TSF, prefere não dramatizar estes dados, mas sublinha a importância de estudar aquilo que está a acontecer.

Também a Direção-Geral de Saúde já prometeu analisar os dados com detalhe e adianta que o aumento da morte das mães pode estar associado às gravidezes tardias.

Ao JN, João Bernardes, presidente do Colégio de Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos, deixa, no entanto, um alerta: os números poderão ser superiores, uma vez que “quanto mais nados-mortos, maior taxa de mortalidade materna”. A taxa atual é calculada tendo por base os nados-vivos. Além disso, e apesar de a gravidez tardia ser um dos fatores que pode explicar este aumento, o especialista não descarta outros que podem influenciar o aumento da mortalidade materna, como “as gravidezes gemelares, o aumento do parto domiciliário, a degradação dos serviços e a falta de profissionais”.

 

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