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Hugh Hefner, feminismo e o balde de água fria que apanhou nos anos 70

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“No dia em que quiser vir para aqui com uma cauda de coelho atada ao rabo podemos falar de igualdade”. Susan Brownmiller rematou assim os argumentos que usara para desfazer o discurso do Hugh Hefner no Dick Cavet Show, que passava em todas as televisões norte-americanas ao serão, em 1970. Antes, Brownmiller já tinha exposto:

“O papel que [Hugh Hefner] escolheu para as mulheres é degradante, porque escolhe ver as mulheres como objetos sexuais e não como seres humanos.”

Hugh Hefner, o fundador da revista Playboy ontem desaparecido, sentou-se estúdio do programa de maior audiência dos Estados Unidos sem fazer ideia de quem iria encontrar. O tratamento que escolhe inicialmente para se referir às feministas Susan Brownmiller e Sally Kempton, em estúdio, é “girls” (“miúdas”) e o tiro não lhe podia ter saído mais pela culatra. Perante os argumentos das duas ativista, Hefner em breve fica sem palavras.

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O momento foi recordado pela CNN, recentemente, e Brownmiller ao ver as filmagens de então regozija! Começava ali uma carreira pública de defesa dos direitos das mulheres junto de um público mais alargado que a considerava importante, pertinente e divertida.

No programa, Susan Brownmiller fala sobretudo da condição degradante das mulheres que trabalham para a Playboy na revista e nos clubes da marca, só para cliente masculinos, mas a sua carreira destacar-se-á pelo pensamento que produz. No livro revolucionário ‘Contra a nossa vontade’, expõe ao mundo a realidade da violação dentro do casamento que, à época, era legal. Depois do escândalo desta revelação, o direito civil é mudado em cada estado e a violação é criminalizada, em qualquer circunstância.