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Jessica Chastain: “Tudo o que faço na minha vida é feminista”

A atriz no Festival de Cinema de Cannes deste ano
Jessica Chastain em Cannes no ano passado
No filme 'O Jardim da Esperança'
'O Jardim da Esperança'
'O Jardim da Esperança'
'O Jardim da Esperança'
'O Jardim da Esperança'
'O Jardim da Esperança'
'O Jardim da Esperança'

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Voz ativa sobre a igualdade de géneros na indústria cinematográfica, Jessica Chastain disse no início de março que foi aconselhada a falar menos publicamente sobre o tema. Não se intimidou. A atriz, que atualmente pode ser vista nos cinemas em ‘O Jardim da Esperança’, de Niki Caro, voltou ao assunto em entrevista ao jornal espanhol ‘El País’.

“Tudo o que faço na minha vida é feminista. É algo muito importante, especialmente no momento político em que vivemos”, disse a californiana de 40 anos, recordando as críticas feitas a Hillary Clinton, aquando das eleições nos EUA no início de novembro do ano passado, por a candidata democrata estar “demasiado bem preparada”. “Ouviram alguém dizer dizer isso a um homem? Que está demasiado bem preparado para o seu trabalho? Para mim, isso seria um elogia e nunca uma crítica”, recordou.

A missão que assumiu em defesa das mulheres e em prol de uma sociedade menos sexista levou-a a abrir uma produtora, a Freckle Films, feita por e para mulheres. Diz que a chamam “advogada dos pobres” e que lhe apontam o dedo por se colocar frequentemente ao lado dos mais desfavorecidos. Com esse projeto que “apoiar as mulheres e oferecer-lhes uma ampla gama de possibilidades”.

“Que elas sejam, um dia, atrizes, produtoras, escritoras ou que estejam à frente de um estúdio. Que tenhamos uma maior diversidade nas nossas histórias, em vez de contar apenas as histórias de alguns. E falo de mulheres, de transexuais ou qualquer que quer seja a preferência sexual”

Sobre se a igualdade de géneros está mais presente em Hollywood, Jessica Chastain atira: “No dia em que deixarmos de elogiar um filme pela quantidade de mulheres que tem no seu elenco ou pela quantidade de negros que o incluem, será o dia em que a indústria mudou de verdade”.

O tema é “complicado”, admite, frisando que por vezes a culpa também é das mulheres. “Quando temos uma ambição, dizem que é difícil concretizá-la. Nós temos de aprender a pedir o que nos pertence. Muitas vezes, somos culpadas por não sabermos fazer-nos ouvir e reclamar o que é nosso”, termina.

Em ‘O Jardim da Esperança’, a atriz é Antonina Zabinska, cujos diários não publicados foram adaptados ao ecrã. A ação desenrola-se em Varsóvia, Polónia, de 1939, onde Antonia e o marido, Jan Zabinski, gerem o jardim zoológico da cidade. Tudo muda a partir do momento em que o país é invadido pelas forças alemãs e Jan e Antonia são obrigados a obedecer às ordens de um novo zoologista selecionado pelo Reich, Lutz Heck.

Decididos a lutar contra o regime, o casal opta por colaborar secretamente com a Resistência e põem em ação uma série de planos para resgatar pessoas do recentemente criado Gueto de Varsóvia.

Recorde-se que Chastain foi nomeada para dois Óscares por As Serviçais, de 2011, e ’00:30 A Hora Negra’, de 2012, a atriz venceu este ano o Globo de Ouro para melhor atriz pelo filme ‘Miss Sloane’.

No passado dia 25, a organização do Festival de Cinema de Cannes anunciou que a atriz, bem como o ator norte-americano Will Smith, o cineasta italiano Paolo Sorrentino e a alemã Maren Aden vão fazer parte do júri do 70º edição do evento, juntando-se às atrizes francesa Agnès Jaoui e chinesa Fan Bingbing, ao diretor sul-coreano Park Chan-wook e ao compositor francês Gabriel Yared. O júri é presidido pelo cineasta espanhol Pedro Almodóvar.