O chef de cozinha que é candidato ao Nobel da Paz

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Chef José Andrés, candidato ao Nobel da Paz de 2019 [Fotografia: Lucas Jackson/Reuters]

Ativistas, entidades de luta contra armas nucleares e químicas, ex-presidentes dos Estados Unidos da América e até a União Europeia. Estes são alguns dos muitos laureados com o prémio Nobel da Paz. Este ano, o consagrado galardão foi entregue ao cirurgião congolês Denis Mukwege e a Nadia Murad, a ativista da minoria religiosa yazidi.Mas, para 2019, há já uma candidatura que deixa muitos surpreendidos e de água na boca. Segundo a imprensa espanhola e norte-americana: o chef José Andrés, de 49 anos.

Natural do país vizinho, casado e com três filhos, a proposta deste renomado cozinheiro – com duas estrelas Michelin no restaurante Minibar, em Washington – deve-se não tanto aos dotes culinários ou ao império que construiu neste setor, mas antes pelas iniciativas humanitárias que tem empreendido, cozinhando para os que vivem em situações desesperadas e em contextos de desastre natural.

Entre os casos mais paradigmáticos, a revista Time recentemente elencou os esforços que o chef fez no Haiti e Porto Rico, justificando assim a sua nomeação para uma das 100 celebridades do ano, um ranking que a newsmagazine elabora.

O chef é também rosto da World Central Kitchen, uma organização que reúne alimentos no limite do prazo, cozinha-os, serve-os e distribui pelos bairros pobres. Ao mesmo tempo, esta instituição forma pessoas em situação de exclusão na área da culinária e procura depois encaminhá-las para o mercado de trabalho.

A proposta para o prémio, segundo revela o jornal espanhol ABC, terá sido feita por John Delaney, o congressista democrata e já candidato à presidência dos Estados Unidos da América 2020.

A notícia, avançada pelo The Washington Post, justifica que a submissão da proposta se deveu ao “trabalho do senhor Andrés, que tem alimentado milhões de pessoas. É a necessidade humana mais básica e Andrés demonstrou ser uma figura de cariz mundial neste âmbito humanitário”, diz o jornal, citando o documento enviado ao comité norueguês. As candidaturas terminam a 21 de janeiro próximo.

Lula da Silva a um passo de entrar na corrida

O antigo presidente brasileiro Lula da Silva poderá também ser candidato ao reputado prémio entregue em Oslo, em 2019. A campanha, que já conta com mais de 400 mil assinaturas, está a ser encabeçada pelo ativista argentino Adolfo Pérez Esquível, também ele laureado com o Nobel da Paz em 1980.

A fundamentação para a candidatura passa pela “luta contra a fome e a pobreza”, sendo salientado o trabalho que o antigo Chefe de Estado desenvolveu na luta contra as desigualdades no país a que presidiu e no qual agora está condenado e preso.

“Lula da Silva teve como um dos seus eixos fundamentais de governo o compromisso com os pobres e a implementação de políticas públicas para superar a fome e a pobreza. (…) E, de fato, os programas “Fome Zero” e “Bolsa Família” tiraram mais de 30 milhões de pessoas da pobreza extrema, tornando o Brasil um modelo de sucesso reconhecido mundialmente por organizações internacionais como a FAO, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Banco Mundial”, destaca o documento, citado pela Plataforma de Media.

Imagem de destaque: Lucas Jackson/Reuters

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