Muitas transparências, mais brilho e mais cor é o que traz a coleção de Juliana Herc à primavera/verão de 2018. Habituada a trabalhar tons sóbrios, a estação quente deste ano foi um desafio para a designer brasileira, que vê o resultado final chegar agora às lojas.

O preto e o branco estão presentes em algumas peças, como sempre. Mas Juliana Herc alargou a paleta de cores, apresentando vários modelos em tons bem mais vibrantes. Há uma aposta na renda e muitas peças em seda, material que confessa gostar de trabalhar. Surgem ainda mais coordenados totalmente transparentes, desde vestidos a tops e calças.

A viver na cidade do Porto, onde também tem um atelier, a designer esteve em Lisboa, para a apresentação da coleção na loja da Avenida da Liberdade.

Em entrevista ao Delas.pt, a criadora confessou não se identificar muito com a moda brasileira e revelou ter trabalhado para criar uma coleção diversificada, capaz de agradar a mulheres de várias idades. Destacou o vestido como a peça de roupa deste verão e os fatos de banho que podem funcionar como bodies.

Designer Juliana Herc, na loja da Avenida da Liberdade, em Lisboa, para a apresentação da coleção primavera / verão 2018. [Fotografia: Gustavo Bom / Global Imagens]

O que traz Juliana Herc para as estações quentes de 2018?

Muito brilho. Tentei sair um bocadinho da minha zona de conforto. Trabalho muito em cima de uma paleta mais sóbria, com nudes, brancos e pretos. É onde me sinto mais confortável. Nesta coleção, procurei arriscar um bocadinho mais e colocar mais diversão. Então, encontrarão muito brilho e muita alegria. Silhuetas marcadas, transparências… que já são características da marca. Nesta consegue-se perceber um bocadinho mais, porque tenho looks completamente transparentes.

Além das peças de roupa, Juliana Herc volta a desenvolver sapatos. O que podemos encontrar?

Temos os clássicos, os stilettos, que estão presentes em todas as coleções, mas tentei divertir-me um pouco com sapatos e botas com transparências. Já não fui muito para o colorido, há um sapato ou outro, mas tentei arriscar sobretudo nas transparências.

É então uma coleção variada e que pode agradar a mais mulheres?

Exatamente. Continuo com os pretos clássicos, a identidade da marca continua com os vestidos e as saias lápis. Mas procurei arriscar um pouco. Ao longo do tempo, também vamos conhecendo o perfil da cliente e nós temos uma faixa etária muito alargada. Tenho desde uma adolescente a uma senhora, que procuram peças que possam atender aquela determinada situação. Então, quanto mais alargar esse universo, mais conseguirei fazer a cliente feliz.

“Podemos usar t-shirts todos os dias para ir trabalhar, mas se tivermos um casamento vamos ter que sair da zona de conforto e colocar um vestido incrível”

É difícil agradar ao sexo feminino?

Cada vez mais, nós mulheres, não temos um estilo definido. Porque podemos usar t-shirts todos os dias para ir trabalhar, mas se tivermos um casamento vamos ter que sair da zona de conforto e colocar um vestido incrível, com decote, com brilho, com uma cor diferente daquela a que estamos habituada. Nós somos muito mais abertas a essa versatilidade. Dependendo da situação, do humor, da fase da vida em que estejamos, mudamos completamente.

Com tanta diversidade, como define esta coleção?

Divertida, diverti-me muito a desenvolve-la. Cada vez que colocava uma cor sobre outra e via que a junção dava certo que gostava e que tinha prazer em ver aquilo… Divertia-me saber que resultava. Também apresento muita alegria e peças que são super-versáteis. Aquela peça que se veste e vai para a piscina, depois coloca umas calças e vai para a uma festa. Tem muita alegria… Acho que é a palavra que mais define.

Alegria que é um sentimento que tem muito a ver com o Brasil, país da Juliana Herc.

Exatamente. Há pessoas que pensam que faço muita coisa colorida, muita estampa, o que, na verdade, não é muito o meu estilo. Tento colocar a alegria de outra forma, em peças que sejam divertidas de outra maneira, como quando ao colocar um vestido, a mulher veja que realçou uma parte que normalmente estava escondida.

[Fotografia de destaque: Gustavo Bom / Global Imagens]

Esta é uma das tendências mais irreverentes do momento

Capas transparentes à prova de “águas mil”