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Morreu a criadora do penteado mais marcante dos anos 60

Margaret Vinci Heldt, fotografia do seu facebook oficial
Adele na passadeira vermelha da cerimónia dos Globos de Ouro, Los Angeles, em 2013 (Featureflash Photo Agency / Shutterstock.com)
Amy Winehouse na edição de 2007 dos MTV Movie Awards, em Los Angeles (Featureflash Photo Agency / Shutterstock.com)
As artistas portuguesas, como Simone de Oliveira, também aderiram ao então novo estilo de penteado (Arquivo DN)
Audrey Hepburn, no filme "Breakfast at Tifanny's", de 1961 (Arquivo DN)

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Margaret Vinci Heldt, a autora do penteado feminino mais icónico dos anos 60, o topete alto erguido em forma de colmeia, graças a doses generosas de laca, morreu aos 98 anos de idade, na passada sexta-feira, num lar de idosos em Elmhurst, arredores de Chicago.

A criação desenvolvida pela cabeleireira, cuja morte foi anunciada esta segunda-feira, tornou-se popular quando a revista Modern Beauty Shop, com a qual colaborava regularmente, a convidou a elaborar um penteado diferente para a nova década de 60.

Um pequeno chapéu preto de veludo serviu de inspiração e primeiro molde àquele que viria a ser, durante décadas, um estilo simbolizador do glamour nas passadeiras vermelhas de Hollywood.

“Não tinha aparecido nada de muito original desde a tendência francesa”, recordou a cabeleireira, numa entrevista dada, em 2010, ao jornal Chicago Tribune e citada pelo Washington Post. Margaret referia-se ao corte à pajem e ao de pontas reviradas, duas tendências com as quais o seu novo penteado rompia de forma clara.

“Eles [na revista] disseram-me, ‘queremos trazer algo realmente diferente'”, disse na mesma entrevista. E, de facto, foi o que aconteceu. Era apreciado por várias atrizes, como Audrey Hepburn, que o usou no filme ‘Breakfast at Tiffany’s’ (1961), e grupos femininos como as The Ronettes, que acabaram por contribuir para a sua fama mundial. O estilo criado por Margaret Vinci Heldt atravessaria gerações, sendo frequentemente recriado por celebridades internacionais, quase sempre em eventos de gala.

Mais recentemente, caberia à cantora Amy Winehouse trazer o famoso penteado para o século XXI de forma mais regular, assumindo-o como parte da sua própria imagem artística.

A popularização deste tipo de topete acabou também por ser o corolário de uma carreira feita a pulso. Desde cedo apaixonada pela arte de pentear e cortar o cabelo, Margaret Vinci Heldt ganhou uma bolsa de estudos durante o secundário para frequentar uma escola de beleza. Devido aos parcos recursos económicos da família não possuía a tradicional cabeça de manequim com cabelos longos para praticar. O seu primeiro modelo foi por isso a sua própria mãe a quem fez um corte estilo Bob.

Em 1935, Margaret passou no exame estadual e prosseguiu a sua carreira até abrir, em 1950, o seu próprio salão na Michigan Avenue, em Chicago.

As suas criações e os prémios que recebeu culminariam com a atribuição de uma bolsa de estudos com o seu nome, atribuída pelo grupo Cosmetologists Chicago, como forma de homenagear a sua criatividade.

Imagem de destaque: Facebook Oficial Margaret Vinci Heldt