“Miss Universo Indonésia”: Concorrentes foram convidadas a despir-se para “verificações corporais”

France wins 65th Miss Universe pageant
epaselect epa05760849 Iris Mittenaere (R) from France is crowned the 65th Miss Universe by her predecessor, Pia Alonzo Wurtzbach (L) from the Philippines during the coronation night of the Miss Universe pageant at the Mall of Asia Arena in Pasay City, south of Manila, Philippines, 30 January 2017. A total of 86 candidates competed for the crown. EPA/ROLEX DELA PENA

Os concursos de beleza são considerados, desde há muito tempo, arcaicos, uma vez que as concorrentes são expostas para serem julgadas pela aparência. A maioria dos principais sistemas de concursos tomou medidas para se modernizar, no entanto não foi o caso do “Miss Universo Indonésia”.

Cerca de meia dúzia de mulheres que competiram no “Miss Universo Indonésia” apresentaram queixas à polícia por assédio sexual, contou o advogado ao New York Post. Enquanto se preparavam para a competição, que decorreu em Jacarta no início do mês de agosto, sete finalistas foram convidadas a ficar apenas de cuecas para uma “verificação corporal” antes da cerimónia final de coroação.

Segundo Mellisa Anggraini, advogada feminina, a organizadora do concurso PT Capella Swastika Karya insistiu em verificar se havia “quaisquer cicatrizes, celulite ou tatuagens nos corpos [das concorrentes]”. Anggraini disse que as mulheres não foram informadas sobre esse procedimento com antecedência e esperavam comparecer à prova final do vestido para a conclusão do concurso.

Em vez disso, todas as 30 finalistas foram verificadas de maneira íntima e cinco das mulheres foram fotografadas em topless. De acordo com a advogada, estavam mais de 20 pessoas na sala, incluindo homens.

Em resposta, a “Organização Miss Universo” anunciou que iria cortar relações com franchising indonésio. Além disso, a organização, sediada em Nova Iorque, decidiu rescindir o contrato com a PT Capella Swastika Karya e a diretora nacional Poppy Capella. Uma vez que a empresa de produtos e serviços de beleza indonésia também detém a licença do “Miss Universo Malásia”, a edição deste ano foi cancelada.

A Organização “Miss Universo” prometeu reavaliar as políticas para garantir que as concorrentes não sejam violadas no futuro – e embora haja muita gordofobia, a organização mundial garantiu que, na competição, não existem contradições a nível do peso.

Nas redes sociais, Poppy Capella negou qualquer envolvimento na situação: “Não estive envolvida em nada e nunca soube, ordenei, solicitei ou permiti que alguém que desempenhou um papel e participou no processo ‘Miss Universo Indonésia 2023’ cometesse violência ou assédio sexual através do exame corporal”.