Os concursos de beleza são considerados, desde há muito tempo, arcaicos, uma vez que as concorrentes são expostas para serem julgadas pela aparência. A maioria dos principais sistemas de concursos tomou medidas para se modernizar, no entanto não foi o caso do “Miss Universo Indonésia”.
Cerca de meia dúzia de mulheres que competiram no “Miss Universo Indonésia” apresentaram queixas à polícia por assédio sexual, contou o advogado ao New York Post. Enquanto se preparavam para a competição, que decorreu em Jacarta no início do mês de agosto, sete finalistas foram convidadas a ficar apenas de cuecas para uma “verificação corporal” antes da cerimónia final de coroação.
Segundo Mellisa Anggraini, advogada feminina, a organizadora do concurso PT Capella Swastika Karya insistiu em verificar se havia “quaisquer cicatrizes, celulite ou tatuagens nos corpos [das concorrentes]”. Anggraini disse que as mulheres não foram informadas sobre esse procedimento com antecedência e esperavam comparecer à prova final do vestido para a conclusão do concurso.
Em vez disso, todas as 30 finalistas foram verificadas de maneira íntima e cinco das mulheres foram fotografadas em topless. De acordo com a advogada, estavam mais de 20 pessoas na sala, incluindo homens.
Em resposta, a “Organização Miss Universo” anunciou que iria cortar relações com franchising indonésio. Além disso, a organização, sediada em Nova Iorque, decidiu rescindir o contrato com a PT Capella Swastika Karya e a diretora nacional Poppy Capella. Uma vez que a empresa de produtos e serviços de beleza indonésia também detém a licença do “Miss Universo Malásia”, a edição deste ano foi cancelada.
A Organização “Miss Universo” prometeu reavaliar as políticas para garantir que as concorrentes não sejam violadas no futuro – e embora haja muita gordofobia, a organização mundial garantiu que, na competição, não existem contradições a nível do peso.
Nas redes sociais, Poppy Capella negou qualquer envolvimento na situação: “Não estive envolvida em nada e nunca soube, ordenei, solicitei ou permiti que alguém que desempenhou um papel e participou no processo ‘Miss Universo Indonésia 2023’ cometesse violência ou assédio sexual através do exame corporal”.