Mulheres portuguesas na rua em luta e contra retrocessos de direitos

Dia Internacional da Mulher
Jovens durante a manifestação integrada na greve feminista internacional, organizada pela Rede 8 de Março, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, em Coimbra, 8 de março de 2024. [Fotografia: PAULO NOVAIS/LUSA]

Na manifestação do 8 de março deste ano, a data mais presente foi o dia 10, domingo, quando, nas urnas, se joga o futuro dos direitos das mulheres, que alguns temem que possa ser de retrocesso.

Para Patrícia Calretas, dirigente da Rede 08 de Março, que com a Plataforma Feminista convocou a manifestação de Lisboa, domingo será decisivo. “Espero que as mulheres sejam inteligentes e que percebem quem lhes quer tirar os direitos e quem quer manter os direitos e melhorá-los”, disse, acrescentando que “é preciso continuar” a lutar por maior igualdade, porque o que já se conquistou “não é suficiente”.

O alargamento do prazo para aborto legal das 10 para as 12 semanas, a criação de uma lista de médicos objetores de consciência, a obrigatoriedade de acesso a um médico que não o seja e o fim do período de reflexão para terminar uma gravidez indesejada, que classificou como “um ultraje para uma mulher”, são algumas dessas exigências.

Ativistas participam na manifestação integrada na greve feminista internacional, organizada pela Rede 8 de Março, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, em Lisboa, 08 de março de 2024. CARLOS M. ALMEIDA/LUSA
Jovens participam na manifestação integrada na greve feminista internacional, organizada pela Rede 8 de Março, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, em Lisboa, 08 de março de 2024. CARLOS M. ALMEIDA/LUSA
Mulheres participam na manifestação integrada na greve feminista internacional, organizada pela Rede 8 de Março, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, em Lisboa, 08 de março de 2024. CARLOS M. ALMEIDA/LUSA

 

Num percurso por vezes marcado por chuva, Pedro Costa ia exibindo um cartaz duplo, apelando a mais homens feministas. O jovem manifestante considerou ser “importante que os homens sejam feministas, porque é importante que as mulheres saibam que não estão na luta sozinhas e que apesar de haver muito machismo ainda há muitos homens que também fazem parte do feminismo e da luta por um mundo igual”, mas admite que o ideal esbarra diariamente com a realidade de uma minoria de homens feministas.

 

Ativistas participam na manifestação integrada na greve feminista internacional, organizada pela Rede 8 de Março, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, em Lisboa, 08 de março de 2024. CARLOS M. ALMEIDA/LUSA
Jovens durante a manifestação integrada na greve feminista internacional, organizada pela Rede 8 de Março, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, em Coimbra, 8 de março de 2024. PAULO NOVAIS/LUSA

 

Mafalda Jacinto, estreante nestas manifestações, participou pela primeira vez aos 34 anos, depois de uma reflexão recente sobre “muitas das problemáticas ligadas a uma sociedade patriarcal”, afirmando que “há muita coisa ainda a mudar”.

Gostava de ver uma maior representação feminina entre dirigentes políticos e na Assembleia da República e diz que o momento histórico que se vive a faz temer pela continuidade de “coisas que se lutou por conseguir”.

O perigo de retrocesso nos direitos das mulheres em Portugal é real? “Espero que não, seria muito grave e se isso acontecer, nós vamos estar cá para lutar ainda mais”, garantiu.

LUSA