Mundial de Futebol. Mulheres só ganham 25 cêntimos por cada dólar recebido pelos homens

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[Fotografia: Miguel Figueiredo Lopes/Presidência da República]

O Mundial2023 feminino de futebol atribuirá a cada uma das 732 futebolistas inscritas um prémio mínimo de 30 mil dólares (cerca de 27 200 euros) e um máximo de 270 mil (245 mil euros) a cada uma das futuras campeãs. No Mundial do Catar, de 2022, os atletas da seleção vencedora recebiam, cada um, um milhão de dólares (910 mil euros).

As equipas que ficaram pelas fases de grupos receberam, segundo o site Statista, 9 milhões de dólares (8,2 milhões de euros) para toda a seleção. Ora, divisões feitas a 26 atletas por seleção, tal correspondeu a um valor de 315 mil euros para cada um.

Mais do que isso, a FIFA concordou em junho que parte do dinheiro chegará diretamente às futebolistas, num contexto em que muitas delas não recebem salários, ainda com estatutos semiprofissionais ou amadores.

No último ano, o organismo do futebol mundial divulgou um relatório indicando que a média salarial anual das futebolistas situava-se nos 14 mil dólares (cerca de 12.700 euros).

“Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas garantir o pagamento direto às jogadoras é algo enorme – muda a vida de muitas jogadores que participam no Mundial”, explicou a internacional norte-americana Alex Morgan.

A FIFA tem uma verba de 152 milhões de dólares (138 ME) para as 32 seleções do Mundial da Nova Zelândia e Austrália, no qual Portugal, em estreia absoluta, integra o Grupo E, com as bicampeãs mundiais dos Estados Unidos, os Países Baixos e o Vietname.

Um valor que cobre os prémios, a preparação das equipas e os pagamentos aos clubes das jogadoras e que tem um crescimento significativo, em comparação com os apenas 40 milhões de dólares (36,3 ME) distribuídos no Mundial de 2019.

Já a verba destinada ao Mundial2022 masculino, disputado no Qatar, situou-se nos 440 milhões de dólares (399,7 ME), com cada uma das seleções eliminadas na fase de grupos a ter direito a nove milhões de dólares (8,1 ME).

A Federação Internacional das Associações de futebolistas (FIFpro) apoiou os esforços de 150 jogadoras de 25 países, entre os quais os Estados Unidos, Japão e Alemanha, para ‘forçarem’ a FIFA a uma prática de equidade entre femininos e masculinos.

No início do ano, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, admitiu que o objetivo final é a igualdade entre homens e mulheres nos Mundiais masculino de 2026 e feminino de 2027, um cenário que as norte-americanas conseguiram garantir já na sua federação.

No que diz respeito a prémios finais, as mulheres estão ainda muito distantes dos homens, auferindo 25 cêntimos comparado com cada dólar recebido pelos atletas masculinos em provas congéneres. As contas da CNN norte-americana, indicam, ainda assim, uma melhoria: em 2019, elas auferiam menos de oito cêntimos por dólar, segundo dados fornecidos pela entidade reguladora mundial FIFA e pelo sindicato global de jogadores FIFPRO.

No Mundial 2023 da Nova Zelândia e Austrália, a decorrer entre 20 de julho e 20 de agosto, a seleção portuguesa começa por defrontar os Países Baixos (jogo em 23 de julho, em Dunedin), seguindo-se o Vietname (27, em Hamilton) e os Estados Unidos (01 de agosto, em Auckland).

com Lusa