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Nações Unidas: Guterres na corrida ao lado de quatro mulheres

Natural do Fundão, António Guterres, com 66 anos, foi primeiro ministro socialista entre 1995 e 2001. Quatro anos depois era nomeado pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, Alto Comissário para os Refugiados. Cargo que exerceu numa das principais instituições humanitárias do mundo e durante dois mandatos, tendo cessado funções em dezembro de 2015. (Foto: Miguel Pereira/Global Imagens)
Natural de Zagreb e com 63 anos, Vesna Pusić foi vice-primeira ministra da Croácia até janeiro de 2015, tendo sido também ministra dos Negócios Estrangeiros. A socióloga foi uma das 28 fundadoras do Partido do Povo da Croácia, em 1990, e é um dos rostos da luta pelos direitos das mulheres e LGBT. Em 2011, foi eleita a personalidade "Gay Friendly da década, na Croácia. (Foto: Lucas Jackson/Reuters)
Trabalhista neozelandesa e ex-primeira ministra, Helen Clark é a atual responsável pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Tem 66 anos e foi a última a apresentar a sua candidatura ao cargo. (Foto: Brendan McDermid/Reuters)
No currículo, Natalia Gherman conta com o facto de ter ocupado a pasta dos Negócios Estrangeiros e, por um mês, a de primeira-ministra do seu país, a Moldávia. Liberal democrata, a diplomata de 47 anos é a candidata feminina mais nova e é filha de Mircea Snegur, antigo presidente daquela República. (Foto: Facebook)
Irina Bokova, à direita na imagem, é búlgara, tem 63 anos e é atual diretora-geral da UNESCO, cargo que ocupa desde novembro de 2009. Filiada no partido socialista da Bulgária, foi ministra dos Negócios Estrangeiros. Na década de 80 do século XX, Bokova militava no Partido Comunista Búlgaro. (Foto: Stefano Rellandini/Reuters)
É o mais novo candidato ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas. O social-democrata Igor Lukšić é do Montenegro, tem 39 anos e já ocupou cargos como ministro das Finanças, da Economia, tendo sido também primeiro-ministro. (Foto: Facebook)
Foi presidente da Eslovénia entre 2007 e 2012. Danilo Türk tem 64 anos, é diplomata e professor e conta com percurso feito na ONU, antes de ter sido chefe de Estado do seu país. (Foto: Facebook)
Com experiência nas Nações Unidas, Srgjan Kerim já presidiu à Assembleia Geral da ONU (entre 2007 e 2008). Foi ministro dos Negócios Estrangeiros da Macedónia entre 2000 e 2001. Tem 67 anos. (Foto: Facebook)

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Quatro homens e quatro mulheres começam esta terça-feira, 12 de abril, a disputar o cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas. Com António Guterres, antigo primeiro-ministro socialista e até ao ano passado responsável no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), é o português que está na corrida, a par de candidatos da Moldávia, da Nova Zelândia, da Macedónia, da Croácia, da Eslovénia e do Montenegro. A maioria dos candidatos, que dispõe de apenas 10 minutos para apresentar em audição prévia as ideias com as quais se propõem a mudar o mundo, tem já vasta experiência nas Nações Unidas (cinco em oito).

Num processo em que as candidatas mulheres parecem, à partida, conquistar vantagem sobre os homens, António Guterres, em declarações à TSF, explicou já um dos eixos principais do seu discurso de cerca de duas mil palavras: a paridade no Conselho Executivo. “A vida inteira procurei ser sempre fiel às questões da igualdade de género. As quotas no PS foram introduzidas no meu tempo, tentei fazê-lo na Assembleia da República mas sem êxito na altura, e no ACNUR alcançamos a paridade ao nível da alta direção. Compete à Assembleia Geral e ao Conselho de Segurança decidirem sobre o que acham melhor para as Nações Unidas”, afirmou.

“A vida inteira procurei ser sempre fiel às questões da igualdade de género”, declarou António Guterres à TSF, em véspera de ser ouvido nas Nações Unidas, onde corre ao cargo de secretário-geral

Após esta curta apresentação, cada candidato deverá responder a perguntas que vão ser colocadas pelos Estados-Membros em sessões que não devem exceder as duas horas de duração. Estas audições, realizadas pela primeira vez em 70 anos de existência da Organização das Nações Unidas, pretendem introduzir mais transparência no processo de seleção daquele que irá suceder ao atual secretário-geral, Ban Ki-Moon, que transfere a pasta a 1 de janeiro de 2017.

O modelo, segundo o qual cabia ao Conselho de Segurança das Nações Unidas a escolha final, deverá manter-se mais ou menos semelhante, sendo que a seleção final será feita à porta fechada e com direito de veto por parte dos membros permanentes – Reino Unido, França, China, Rússia, Estados Unidos. Porém, a escolha final deverá depois ser submetida à aprovação da Assembleia Geral.