A pressão do trabalho em casa, para lá do trabalho, é um fator que empurra grande parte das mães para níveis de stresse elevados. Um estudo norte-americano vem agora detalhar as causas dessa ansiedade.
Das sete mil mães entrevistadas no estudo publicado pelo site norte-americano Today, quase metade (46%) afirmou que o marido as angustia mais do que os filhos e que tal decorre do volume de tarefas que elas têm de cumprir. Muitas entrevistadas referiram-se aos companheiros como “crianças grandes”, avolumando a pressão quotidiana e a carga mental.
Apesar de a sociedade estar a caminhar para uma maior divisão das tarefas domésticas, os números ainda retratam uma realidade desigual. Uma em cada cinco mães confessa mesmo que a falta de ajuda do parceiro é uma fonte adicional de stress.
Olhando ao detalhe para um outro estudo que tem vindo a auscultar anualmente dez mil mães norte-americanas e apresenta a divisão das tarefas em casa (The State of Motherhood, o estado da maternidade em tradução literal), na plataforma Motherly, quase oito em cada dez (77%) confirmaram planear tudo na família e cuidar das consultas médicas de toda a família, o que configura um aumento de sete pontos percentuais face a 2022. Mais de seis em cada dez (62%) mães referiram ter menos de uma hora por semana reservadas para si mesmas.
Voltando ao estudo apresentado pelo Today, mais de 2/3 das inquiridas (72%) revelaram que o nível de stress se agudiza exatamente por já se sentirem sobrecarregadas.
Entre os fatores que mais pressionam as mães está o facto de nove em cada dez sentirem que têm de estar em forma e atraentes, seis em cada dez angustiam pelo volume de tarefas que é necessário cumprir. Também o mesmo número de progenitoras revelou que é mais stressante criar e educar raparigas do que rapazes.
Em Portugal, a divisão de tarefas domésticas e assistência à família empurram as mulheres portuguesas para o fim da tabela da Igualdade de Género da União Europeia. De acordo com o Índice da Igualdade de Género de 2020, elaborado por aquela entidade sediada em Vilnius, na Lituânia, as maiores desigualdades de género revelavam-se em matéria de tempo (partilha de tarefas domésticas e de assistência à família), indicador no qual Portugal era apresentado no terceiro país a contar do fim da tabela.