Os problemas ginecológicos mais comuns de cada idade

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Tal como o corpo feminino se vai alterando ao longo da vida, também os problemas de saúde (neste caso, os ginecológicos) vão mudando. Desde a infância até à menopausa, passando pela adolescência e pelo momento de gestação, são várias e diversas as ameaças à saúde às quais é importante estar atenta.

Por isso mesmo, com a ajuda de O Livro da Mulher, da ginecologista e obstetra Sofia Serrano, são elencados os principais problemas de saúde que afetam o sexo feminino, tendo em conta a fase da vida em que se encontram. A partir de agora será mais fácil conhecer os sintomas e perceber quais as possíveis complicações de saúde, bem como saber quando é urgente consultar um médico.

Veja abaixo para saber ao que é importante cada mulher estar atenta, a nível ginecológico, de acordo com cada fase da vida.

Na infância

Vulvovaginite:Trata-se de inflamação ou infeção da vulva e que tende a aparecer por volta dos três ou quatro anos. Os sintomas, normalmente, são: ardor ou mesmo alguma dor, vermelhidão, irritação na zona e comichão, havendo vontade de coçar. Estas infeções podem resultar do uso de fralda durante muito tempo; da baixa concentração de hormonas (estrogénios) e ainda de uma má higiene. Uma boa higienização continuada é, geralmente, suficiente para que tudo volte ao normal. Caso haja um corrimento com tom esverdeado é importante consultar um médico.

Malformações do aparelho genital:Passam geralmente despercebidas, sendo detetadas apenas na adolescência. É o caso da ausência de vagina, diagnosticado quando o útero é muito pequeno ou não existe; e também do hímen imperfurado ou de septos vaginais que podem obstruir o canal vaginal e causar dores.

Hipertrofia dos pequenos lábios: Trata-se de uma alteração anatómica que pode surgir perto da adolescência. Consiste num crescimento dos pequenos lábios (alguns podem atingir perto de quatro centímetros) E que pode ocorrer em ambos os lados ou apenas num. Pode causar desconforto e dificultar a prática de boa higiene, além de levantar questões estéticas.

Na adolescência

Doenças sexualmente transmissíveis (DST): são causadas por vírus, bactérias ou outros micróbios transmitidos, sobretudo, através de relações sexuais desprotegidas. Manifestam-se normalmente por corrimentos, pequenas feridas ou úlceras, bolhas ou verrugas, dores pélvicas na ausência ou durante as relações sexuais. Embora algumas delas possam ser tratadas, outras ficam alojadas no organismo, daí ser importante recorrer a métodos contracetivos como o preservativo.

Dores menstruais:Também conhecidas como dismenorreia ou menstruação dolorosa, tendem a surgir cerca de dois ou três dias antes do período menstrual e desaparecem gradualmente após o primeiro dia de menstruação. Os sintomas são: contrações uterinas anormais, náuseas e vómitos, fadiga, diarreia, dores de cabeça e nas pernas, irritabilidade e outros. Para diminuir o desconforto causado indica-se a prática de exercício físico, a ingestão de líquidos e evitar o consumo de tabaco e álcool. Por vezes, tem mesmo que se recorrer a um anti-inflamatório, que deve ser aconselhado pelo ginecologista. Dores mais fortes e persistentes por mais tempo pedem uma consulta de avaliação para despistar casos de endometriose, por exemplo.

Amenorreia: Corresponde à falta de menstruação, uma ausência que pode derivar de fatores físicos ou psicológicos. Existe a amenorreia primária, ocorre quando a adolescente chega aos 16 anos e ainda não teve período menstrual (pode resultar de falta de hormonas ou dever-se à existência de quistos nos ovários, pode também derivar de problemas congénitos, como falta de útero ou hímen imperfurado); e a secundária que é diagnosticada quando a adolescente já teve menstruações regulares e desaparece durante mais de três ciclos (pode resultar de excesso de exercício, stress, perda de peso drasticamente, problemas de tiróide e outros).

Na gravidez

Infecções genitais: Quando estas são persistentes durante o período de gestação, aumenta a probabilidade de parto pré-termo. Para evitar complicações é importante a grávida estar atenta ao aparecimento de corrimentos, mau cheiro, comichão ou ardor e consultar um médico.

Na menopausa

Secura vaginal: Diretamente ligada às alterações hormonais, está associada a comichão, irritação, sensação de picadas, ardor, vontade frequente de urinar, relações sexuais dolorosas. Afeta ainda a líbido, reduzindo o desejo sexual e os níveis de lubrificação vaginal. Soluções? Beber água e seguir uma alimentação saudável, assim como usar roupa íntima de algodão e fazer uma higiene correta da zona genital é fundamental. Durante as relações sexuais recomenda-se o uso de lubrificantes.
Prolapsos urogenitais: Surgem quando o pavimento pélvico se encontra enfraquecido, não conseguindo servir de suporte ao útero, à bexiga ou ao reto, fazendo com que estes caiam sobre a vagina. Tendem a surgir devido à gravidez e partos vaginais, embora se manifestem sobretudo na menopausa pela perda de elasticidade.
Hemorragias: Ao entrar na menopausa o aparecimento de sangue deixa de ser normal. Quando acontece é diagnosticado como hemorragia e pode dever-se a: atrofias do endométrico, existência de pólipos ou cancro endómetrico. Nestes casos convém averiguar sempre a situação junto de um médico.