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Já cá está o dicionário Português – Caluanda

Bala – Dinheiro. Passou recentemente a significar também o que está bom. Uma coisa boa. “Essa discoteca tá bala” (Foto:Shutterstock)
Quissanguela – Reunião, sociedade. “Temos esse carro de Quissanguela dono não é ninguém” (Foto: Shutterstock)
Sunguilar – Divertir-se à noite. Ficávamos então a sunguilar, a ouvir histórias da guerra do mais velho” (Foto: Shutterstock)
Muzongué – Caldo de peixe e mandioca que se serve, por exemplo, depois de uma noite de farra “carreguei jindungo no muzongué. Precisava de limpar a bebedeira dessa noite”. (Foto: angolamonitor.co.ao)
Henda – Saudade (Foto: Shutterstock)
Inguelengues – Brincos (Foto: Marni no Farfetch)
Abuamar – Espantar. “Fiquei abuamado quando vi um livro do Pepetela numa livraria de Nova Iorque”. (Foto: Shutterstock)
Campar – Dormir. Morrer.Também se usa com o sentido de descansar. “Sempre a campar quando acordarem o lume já se apagou” (Foto: Shutterstock)
Vuzumunar – Atirar ao chão, numa luta (Foto: Shutterstock)
Anandengue – Criança (Foto: Shutterstock)

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Muxoxo, Sunguilar, Muzongué, Abuamar, Bofa ou Mindelo são apenas alguns – muito poucas, aliás – dos 1001 termos que ganham agora um significado. Manuel Fonseca, autor, editor da Guerra e Paz e antigo diretor de programas da SIC, pôs em marcha um projeto antigo e reuniu, num livro, as palavras características da chamada fala de Luanda, o Caluanda.

“Este ‘Pequeno Dicionário Caluanda’ começou a ser escrito em 1959, quando os meus pais me levaram pelo Atlântico abaixo”, e chegaram a Angola, como começou por explicar Manuel Fonseca na apresentação do livro. Hoje, adiantou o autor e editor, diz existirem “duas razões para escrever este livro: a primeira é científica, há mesmo uma fala de Luanda, secular; a segunda diz respeito ao pagamento de uma dívida. Porque tive uma infância e adolescência superiormente felizes, venho pagar esta parte da dívida e apresento os primeiros 1001 termos falados na cidade”. “Como se eu fosse uma espécie de Sherazade de Luanda”, gracejou Fonseca.

(Foto: DR)

Esta obra “aberta a novos contributos por parte dos leitores”, pode, consoante o feedback, vir a ser ampliada. “Se se justificar, podemos vir a fazer um livro com critérios científicos”, antecipa o autor. Fonseca explica que a publicação nada teve que ver com “conjunturas políticas” e que pretende “construir alianças e pontes entre pessoas”, entre os dois países: de Portugal e Angola.

O livro ‘Pequeno Dicionário Caluanda’ (Guerra e Paz) já está à venda em Portugal e chega a Luanda “dentro de mês e meio”, segundo avança o editor e autor Manuel S. Fonseca. Até lá, é tempo de aprender umas palavras novas. Aqui ficam.