Poluição sonora arrisca causar um em cada 20 ataques cardíacos

pexels-roger-brown-5149754
[Fotografia: Roger Brown/Pexels]

Indivíduos que vivem perto de transportes, estradas movimentadas, ferrovias ou sob rotas de avião são mais propensos a sofrer de ataques cardíacos. Segundo os dados apresentados por cientistas da norte-americana Rutgers Robert Wood Johnson Medical School, registam-se 3.336 episódios por 100 mil pessoas, o que compara com um raio de 1.938 por 100 mil em áreas mais silenciosas.

Os investigadores estimaram que a alta exposição ao ruído representou cinco por cento, ou um em cada 20, de todos os ataques cardíacos em cidades movimentadas, o que induz à inclusão da tese da poluição sonora nas explicações.

Para este estudo foram reunidos os dados de perto de 16 mil doentes hospitalizados por ataque cardíaco em Neva Jérsia, em 2018, tendo sido calculado depois o nível de ruído em casa.

Os dados foram depois separados por quem tinha 65 ou mais decibéis sentidos em casa – que equivale uma conversa em tom alto ou uma gargalhada – durante o dia e os que tinham abaixo desses valores e a rondar os 50 decibéis, o que conduziu a estas conclusões. Sem afastar os históricos de saúde individuais ou os problemas do ar, os cientistas juntam esta variável da poluição do som.

A investigação, apresentada na Sessão Científica Anual da Associação Norte-americana de Cardiologia, notou ainda o impacto do sobressalto. Afinal, pelo ruído, as pessoas podem ser subitamente interrompidas no seu período de calma por explosões mais altas como a passagem de camiões, comboios ou aviões.

Este estudo e outros sugerem que talvez devêssemos começar a pensar na poluição do ar e poluição sonora como fatores de risco adicionais para doenças cardiovasculares”, afirma o professor de medicina da Divisão de Cardiologia da Rutgers Robert Wood Johnson Medical School, em comunicado. Para Abel Moreyra, “quando as pessoas falam sobre poluição, geralmente falam sobre partículas no ar ou na água. Mas existem outras formas, e a sonora é uma delas”.