Quase metade das pessoas negras diz ser vítima de racismo

pexels-life-matters-4613879 (1)
[Fotografia: Pexels/Life Matters]

Quase metade das pessoas negras na União Europeia (UE) afirma ser vítima de racismo, com base na discriminação observada na procura de emprego e de casa, ou no comportamento da polícia, expõe um relatório publicado esta quarta-feira, 25 de outubro.

“É chocante não ver nenhuma melhoria desde a última pesquisa, em 2016”, comentou o diretor da Agência Europeia dos Direitos Fundamentais (FRA, na sigla em inglês), Michael O’Flaherty, citado em comunicado.

A situação, aliás, deteriorou-se ainda mais, uma vez que 45% dos entrevistados declararam terem sido vítimas de racismo nos cinco anos anteriores à sondagem, em comparação com 39% antes.

De acordo com Rosalina Latcheva, responsável por esta matéria na FRA, instituição com sede em Viena, o movimento americano Black Lives Matter reforça “a tomada de consciência da comunidade”. Ela menciona, ainda, o aumento dos discursos “que apresentam a migração como uma ameaça” e lamenta “seu impacto na forma como as pessoas negras são percebidas” na sociedade.

Quase 6.800 imigrantes de ascendência africana – aqueles nascidos em um país subsaariano, ou com pelo menos um dos pais originário desta região do mundo – foram entrevistados para este estudo realizado entre outubro de 2021 e outubro de 2022, em 13 países da UE.

Os resultados são particularmente “alarmantes” na Alemanha e na Áustria, onde a percentagem dos que se declaram expostos ao racismo passa de 70%.

O relatório expõe as flagrantes injustiças no mundo do trabalho, com mais de 30% das pessoas a queixarem-se de discriminação. A abordagem racista por parte da polícia também é relatada: 58% dos entrevistados detidos recentemente consideram que a cor da pele pesou na situação

AFP