Conheça Adina Moshe, a refém luso-israelita libertada pelo Hamas

adina moshe
Adina Moshe [Fotografia: Hostages and Missing Families Forum]

Adina Moshe, 72 anos, israelita que obteve passaporte português em outubro, é uma de 24 reféns libertados até agora, de acordo com as autoridades israelitas, no primeiro dia de trégua em Gaza, nesta sexta-feira, 24 de novembro.

Mãe de quatro filhos, Maya, Yael, Sashon e Amos, e nasceu no kibbutz Nir Oz. Obteve a nacionalidade portuguesa, ao abrigo da lei dos sefarditas, já depois de ter sido capturada. Assistiu, segundo avança o jornal israelita Jerusalem Post, à morte do seu marido, Said Moshe, às mãos do Hamas.

“Efetivamente tínhamos a esperança, não queríamos falar muito do assunto. Tínhamos esperança e confirma-se que saiu”, confirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, que realiza uma visita a Israel e Cisjordânia.

Neste primeiro momento de troca de reféns, mais de mês e meio de bombardeamentos e combates, 39 prisioneiros palestinianos, mulheres e crianças, foram libertados da prisão pelas autoridades israelitas em troca de reféns libertados pelo Hamas, segundo o Clube dos Prisioneiros, uma organização não-governamental (ONG) dedicada a reclusos da Palestina. Naquele grupo estão 15 menores e 24 mulheres, segundo a lista divulgada pela comissão responsável pelos prisioneiros da Autoridade Palestiniana.

As autoridades penais israelitas confirmaram a libertação de 39 palestinianos, retirados de “três prisões”, duas na Cisjordânia e uma em Israel. “Este é o primeiro grupo de detidos libertado como parte do plano para trazer os reféns para casa”, explicaram num comunicado de imprensa.

A polícia israelita anunciou durante o dia que proibia qualquer celebração da libertação de prisioneiros em Jerusalém.

O documento divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, refere os nomes dos 13 reféns israelitas libertados pelo Hamas. Entre eles, figuram, nomeadamente, uma mãe de 34 anos e as suas duas filhas, de dois e quatro anos, uma mulher de 85 anos e uma família com três gerações: a avó, a sua filha e o seu neto. Nenhum homem foi libertado.

A libertação dos primeiros reféns após um mês e meio de guerra faz parte de um acordo entre Israel e o Hamas para libertar, no total, 50 sequestrados mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza em troca da libertação de 150 presos palestinianos em Israel – em ambos os casos, só mulheres e crianças – durante quatro dias de cessar-fogo.

O cessar-fogo, que durará quatro dias e poderá prolongar-se até dez dias, se o Hamas entregar mais sequestrados, permitirá também a entrada de ajuda humanitária naquele enclave palestiniano pobre.

A 7 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que entrou no 49.º dia e ameaça alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e mais de 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, 200 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou em ataques perpetrados por colonos.

com Lusa