“Queremos 75 mil jogadoras de futebol, futsal e futebol de praia até 2030”

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[Fotografia: Pexels/ Anastasia Shuraeva]

Atualmente, o futebol praticado por atletas femininas conta com 15 mil federadas, mas o organismo que tutela a modalidade quer mais mulheres quer nos relvados, quer noutros campos. “Queremos 75 mil jogadoras de futebol, futsal e futebol de praia até 2030”, afirmou o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Fernando Gomes falou, desta forma, em “espaço para o sonho”. “Vamos continuar a construí-lo”, afirmou o dirigente desportivo na Gala das Campeãs, que teve lugar na noite de segunda-feira, 27 de novembro, no Casino Estoril, em Lisboa.

Segundo dados avançados por Gomes, o número de praticantes femininas de futebol quadruplicou em dez anos, de 2012 até ao ano passado, cifrando-se agora nas 15 mil federadas, num investimento a 5 milhões ao ano e que atinge já os 60 milhões.

Presente na gala, o presidente do Benfica, Rui Costa, falou da modalidade como “aposta ganha” e “para continuar”. Mas os objetivos estendem-se para lá do futebol feminino, onde a equipa das encarnadas se apresenta como tricampeã do campeonato nacional.

Arbitragem feminina e mais mulheres na liderança desportiva

“No ano passado fugiu-nos o título do basquetebol e voleibol femininos, o resto tocou para o nosso lado. É, portanto, uma aposta que já vem de trás e que pretendo, e pretendemos, manter e melhorar cada vez mais, até nas modalidades em que não estamos a ganhar”, anunciou. O dirigente pediu também mais árbitras em campo. “Somos, provavelmente, um dos clubes da Europa com mais aposta no desporto feminino, mas também é necessário que haja uma aposta na arbitragem feminina porque é preciso melhorar em todos os setores”.

O homólogo do Sporting, Frederico Varandas, elogiou o crescimento do futebol praticado por mulheres em Portugal. “Lutamos pelo crescimento do futebol feminino de uma forma sustentada e é isso que o Sporting faz, a apostar na formação, a apostar base da seleção nacional e nos escalões de formação”, afirmou.

“Mais do que crescer, é preciso desenvolver e, neste caso, o desenvolvimento do nosso sistema desportivo nacional passa por ver que a representação feminina no desporto está a conquistar o seu lugar, não só no seu número de praticantes como também nos lugares de liderança. A igualdade de género no desporto também se conquista através da ocupação de lugares de liderança”, indicou o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia.

Para Fernando Gomes, o caminho está traçado: “Queremos continuar a participar em grandes provas internacionais e batermo-nos olhos nos olhos com grandes potências mundiais e europeias”.

com Lusa