Ressona? Ciência diz que o problema também se resolve… à mesa

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[Fotografia: Pexels/Kampus Production]

Mudar de colchão, de almofada, de posição durante o sono. Já tentou de tudo e não conseguiu travar este som terrível para quem ressona e para quem vive com alguém com esta condição? Pois bem, uma equipa de cientistas norte-americanos crê que há fortes de possibilidade de notar alterações se se mudar de dieta alimentar.

De acordo com a análise que estudou mais de 14 mil norte-americanos inscritos na Pesquisa Nacional de Exames de Saúde e Nutrição, o segredo contra a apneia do sono pode estar à mesa. Para chegarem a esta conclusão, os investigadores dividiram os inquiridos em grupos e pediram que relatassem tudo o que comeram nas últimas 24 horas e se ingeriram uma dieta mais à base de vegetais saudáveis, uma de pratos vegetarianas não saudáveis (alimentos salgados, grão refinados, bebidas açucaradas e doces) ou outra de refeições com proteínas animais como gordura, laticínios, ovos, peixe e carne. Por fim, os participantes preencheram um questionário sobre se sofriam de apneia obstrutiva do sono.

De acordo com as conclusões, os inquiridos que preferiam dietas ricas em alimentos vegetais saudáveis apresentaram 19% de menor probalidade de terem apneia do sono. Já o grupo que revela ter uma dieta vegetariana não saudável demonstrou ter uma maior probabilidade de ressonar em 22%.

No que diz respeito ao género, uma dieta baseada em vegetais teve uma correlação mais forte com o risco de apneia para os homens e uma dieta não saudável teve um maior aumento nas mulheres.

“Dietas ricas em componentes antiinflamatórios e antioxidantes, e pobres em elementos dietéticos prejudiciais, podem influenciar a massa gorda, a inflamação e até mesmo tónus muscular, todos os quais são relevantes para o risco de apneia”, afirmou Yohannes Melaku, professor da Flinders e autor do estudo que foi publicado na revista científica ERJ Open Research e cujo comunicado pode ser lido no original aqui.

“Estes resultados destacam a importância da qualidade da nossa dieta na gestão do risco de [apneia obstrutiva do sono]. É importante observar estas diferenças entre os sexos porque sublinham a necessidade de intervenções dietéticas personalizadas para pessoas”, acrescenta o especialista. A equipa quer agora estudar efeitos em quem come regularmente alimentos ultraprocessados.

Estima-se que exista até um milhar de milhão de pessoas no mundo com idades entre 30 e 69 anos em todo o mundo sofram com a doença na sua forma ligeira ou agravada.