Um estudante do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA) integra uma equipa internacional que está a trabalhar na criação de um robot não letal para travar a atuação do atirador em situações de tiroteios.
Em comunicado, a organização da European Innovation Academy (EIA), academia de empreendedorismo digital que decorre no Porto até sexta-feira, explica que a grande vantagem daquele robot será “ganhar tempo” até à chegada da polícia.
O estudante do IPCA Endryl Nery dos Santos desenvolve o projeto, em parceria com alunos da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos da América (EUA), entre outros, graças a uma bolsa da Fundação Santander que ganhou para participar na EIA Porto 2022.
“O nosso projeto pretende ajudar a resolver o problema dos tiroteios, um problema muito grave nos EUA, com tendência para aumentar. A resposta da polícia quando acontece este tipo de situação é, em média, de 18 minutos. Isso significa que quando as autoridades chegam ao local o tiroteio já terminou“, explica Endryl Santos.
Por isso, e para ganhar tempo enquanto a polícia não chega ao local, a sua equipa está a trabalhar num robot não letal, com munições como gás pimenta, granadas de fumo e de luz, para travar o atirador.
“Esta ideia partiu de um engenheiro da UC Berkeley que faz parte da nossa equipa”, refere. Nesta fase, existe já um protótipo do robot desenhado, estando também definidas as estratégias de mercado.
“Inicialmente, achei que era uma ideia que não existia no mercado e que seria difícil de implementar, porque, para começar, é necessário muito investimento. Só para fazer um robot calculamos que custará, em média, 65 mil dólares. Mas depois de fazermos umas pesquisas de mercado penso que temos a oportunidade de nos tornarmos uma empresa a sério. Em termos de modelo de negócio, pensamos oferecer anualmente um serviço pago à nossa empresa, que irá fazer a gestão do robot e da manutenção. Vamos funcionar como uma empresa de segurança privada”, diz ainda Endryl Santos.
A EIA Porto 2022 reúne cerca de 550 estudantes de todo o mundo, que estão a desenvolver os seus projetos de ‘startup’, criando protótipos e desenvolvendo todas as fases essenciais de criação de uma empresa.
Criada na Estónia, em 2011, a EIA está há cinco anos presente em Portugal.
Lusa