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Web Summit: Sara Sampaio diz ter sido “forçada a fazer coisas que não queria”

A modelo portuense revelou, na Web Summit, sobre o que é ser manequim nos dias de hoje. Leia aqui as principais declarações. [Fotografia de Brendan McDermid/Reuters]
"Em 10 anos, mudou muita coisa. Agora temos [as manequins] uma voz."
"Antes, fazíamos o trabalho que nos mandavam, caladas, e íamos para casa. Agora, as modelos têm uma voz"
"A indústria já não pode explorar a imagem de rapazes e raparigas. Já não nos podem forçar. Mesmo que as new faces (os novos rostos) pensem que não têm uma voz, têm mesmo."
"Houve alturas em que fui forçada a fazer coisas que não queria. E a resposta era sempre a de que fazia parte do trabalho"
"Eu acordei ter um contrato sobre não nudez." [REUTERS/Jean-Paul Pelissier]
"Fui sempre cuidadosa com as fotos de nu. Tenho seleccionado muito bem o que escolho. E agora chego a sessões de fotos em que as pessoas acham que me vou despir. Não faço se não estiver previamente combinado"
"Só porque beijaste muitos rapazes no passado, tal não quer dizer que um rapaz tenha o direito de te beijar sem autorização. Com as fotografias de nus é a mesma coisa"
"A indústria precisa que as pessoas sofram as consequências dos seus atos. O que queria com os meus posts é que uma rapariga não tivesse de passar por isto".
"Menores a fazerem topless nas fotos, raparigas muito novas a fazerem nus. Há demasiada pressão. Nas sessões as equipas são cooperantes." [REUTERS/Stephane Mahe]
"O Instagram é ótimo. A força que tem é a de devolver a voz às manequins. Temos a voz para poder dizer que algo não está certo, que não nos podem fazer determinadas coisas. Por isso, a indústria vai ter de mudar."
"Toda a gente sabia o que se passava e ninguém dizia nada. Mandam raparigas para casa dos fotógrafos às seis da tarde. As modelos têm de ser capazes de dizer: 'não'."
"Com isso podemos perder alguns trabalhos, mas no fim isso até é bom."
"A indústria pode ter um bocadinho de medo. Neste momento, não lhe faz mal viver esse receio."
"É poderoso ter uma voz, mas também é uma responsabilidade"
"Devia poder dizer que não queria estar nua à frente de desconhecidos e tal não deveria ser um problema. Mas se o dissesse, era vista como uma diva"
"Temos de confiar na equipa porque os acidentes acontecem. Tens de confiar que essas fotografias [mais inesperadas] não vão ser publicadas"
"As jovens modelos passam por muito. Muitas vezes é pedido que façam fotografias em topless, são sexualizadas cedo demais."
"Qualquer modelo ou mulher que fala dos seus direitos é vista como alguém que gosta de arranjar problemas. Quando é um homem a fazê-lo. é visto como alguém inspirador"

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A manequim portuguesa Sara Sampaio esteve, esta manhã de quinta-feira, 9 de novembro, a falar na Cimeira da Tecnologia e Empreendedorismo, que decorre no Parque das Nações.

Sorridente ao pisar o palco Modum, a portuense cumprimentou a plateia com um “olá” em português e começou a desfiar o que se vive, atualmente, no mundo da moda.

Houve alturas em que fui forçada a fazer coisas que não queria. E a resposta era sempre a de que fazia parte do trabalho”, afirmou esta manhã a portuense, que está a falar sobre o que é ser Modelo nos dias de hoje. Porém, o facto de ter conseguido negociar um contrato que excluía a nudez e de ter sido capaz de dizer não ditaram e têm ditado toda a diferença.

Sampaio, de 26 anos, considerou que as redes sociais “vieram dar voz” a quem trabalha no setor e dar margem de denúncia a alvos mais frágeis. A modelo considerou que não faz mal nenhum a “indústria da moda ter algum receio” do que possa vir a ser revelado.

Na galeria acima fique a saber, em direto, o que Sara revelou sobre o seu dia-a-dia. Declarações recolhidas em direto da Web Summit (em atualização)

A portuense vai voltar a estar à conversa ainda esta tarde, às 15h00, ao lado de Rosario Dawson, da Studio 189, Matthew Garrahan, do The Financial Times. O tema é O crescimento do ativismo protagonizado por celebridades.

Carla Macedo e Margarida Brito Paes

Imagem de destaque: DR