Séniores ‘superfit’: a nova tendência nos ginásios

Têm mais de 60 anos e vão ao ginásio. E fazem-no não só para resolver problemas de saúde – nomeadamente os articulares – como também devido à própria preocupação pelo corpo, beleza e bem-estar. Sim, os “séniores superfit ” chegaram para ficar.

Segundo o jornal The Times, se há dez anos a população idosa deixava de lado o exercício físico a partir dos 50 anos, existe agora uma nova “tribo” com mais de 60 que concluíram que a idade não é impedimento para nada. Inclusive para uma boa aula de treino.

Yazemeenah Rossi tem 63 anos, mas ninguém o dirá. Numa passagem breve pelo Instagram Oficial, onde soma mais de 230 mil seguidores, esta avó dá também corpo a uma campanha para uma marca de fitness. Rossi afirma que pratica Yoga há mais de três décadas e admite que, todos os dias, despende 30 minutos a uma hora do seu tempo para praticar o exercício.

Yazemeenah Rossi [Instagram]
Ao Delas.pt, três personal trainers de três ginásios diferentes confirmam uma alta taxa de adesão de pessoas sénior nos seus estabelecimentos. No Fitness Hut, por exemplo, 11,4% dos inscritos são homens e mulheres com idades compreendidas entre os 55 e mais de 65 anos, sendo que 4,8% equivale à faixa etária entre os 55 e os 64 e 1,8% a pessoas com mais de 65 anos.

Já a Viva Fit afirmou ao Delas.pt ter cerca de 1/5 de mulheres séniores inscritas. A diretora de Marketing da Vivafit, Débora Muro, afirmou que “cerca de 20% das nossas sócias enquadram-se na faixa etária dos 60 anos”.

“A Vivafit é especializada na mulher, todas as aulas da marca são construídas para trabalhar o corpo feminino e todos os nossos profissionais estão habilitados e formados para lidar com as especificidades da faixa etária sénior como a menopausa e suas consequências, patologias da coluna e perda de massa muscular”, justificou Débora Muro. Também Margarida Alves, personal trainer do One Lagoas, em Oeiras, arrisca a dizer que, pelo menos, 30% dos inscritos do ginásio são seniores.

[DR]

Pilates, Yoga e piscina entre as modalidades preferidas dos mais velhos

A Vivafit, com as suas modalidades especializadas no corpo feminino, afirma que várias são as áreas procuradas pela faixa etária sénior, uma vez que “existe um maior cuidado em todas as características específicas da mulher tanto a nível físico, como emocional“, explicou a diretora de Marketing. Pilates e Personal Training são das modalidades mais frequentadas, ainda que seja feita a ressalva de que todas as outras aulas estão preparadas para esta população.

Amâncio Santos, Group Operations director, personal trainer e instrutor do Fitness Hut, refere o pilates, body balance, Yoga, Fit Moves e, ainda, dinâmicas de ginásio – abs moves, fit moves, stretch moves e hiit – como as práticas mais desejadas por pessoas mais velhas.

Margarida Alves, personal trainer do One Lagoas, acrescenta as modalidades aquáticas: hidroginástica, hidrobike, hidrobasquete (embora não tanto quanto as últimas). Alguns, ainda que poucos, praticam também natação. “As aulas de hidroginástica acabam por ser um momento de convívio e até de brincadeira, misturado com treino“, conta a personal trainer ao Delas.pt.

Existem cuidados especiais a ter com esta faixa etária?

Débora Muro, da VivaFit, reforça a ideia de que, nestas idades, é normal que se sinta uma perda na massa muscular e óssea e, por isso, é indicado fazer exercício físico “sem grande impacto”. Pilates, Flex it ou SBarre são três modalidades apresentadas como sendo bons exemplos de práticas desportivas para os seniores. Ainda assim, “todas as aulas podem ser realizadas, devido ao acompanhamento e à adaptação dos exercícios” concluiu a diretora de Marketing.

Amâncio Santos, do Fitness Hut, afirma que o principal cuidado é “perceber o histórico da pessoa, se tem alguma limitação articular que impossibilite alguma prática“. Diz que se “devem evitar modalidades que tenham impacto, evitar atividades cardiovasculares extenuantes“. Tudo isto sem esquecer o mais importante: “serem felizes”.

“Depois de muitos anos, é aqui que se começam a identificar os principais problemas de saúde, e, como tal, é importante adaptar o treino a estas situações“, alerta Margarida Alves, do One Lagoas. Tal como os outros dois especialistas, afirma que é preciso ter-se em atenção o impacto, e que “é importante trabalhar no reforço muscular, mas também no alongamento, em conjunto”.

A especialista fala também de possíveis problemas de osteopatia ou osteoporose e que, nestes casos, é importante trabalhar o reforço muscular. “É preciso adaptar o tipo de carga à pessoa que temos a nossa frente”, pede Margarida.

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Imagem de destaque: Shutterstock

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