Trezentas e sete vitórias em grand slams. Este é o feito de Serena Williams ao ganhar o torneio de ténis, neste sábado, numa disputa nada renhida com a sueca Johanna Larsson. Ao fim de 60 minutos, com a pontuação de 6-2 e 6-1 nem foi preciso ir ao terceiro set para a tenista norte-americana vencer o US Open, no Arthur Ashe Stadium, em Nova Iorque.
Com esta vitória, Williams ultrapassa Martina Navratilova, tenista americana, de origem checa, que foi 306 campeã dos torneios do circuito mundial e iguala o número de vitórias conseguidas pelo homem com mais vitórias no ténis, o suíço Roger Federer.
“Estar no topo, tanto dos homens como das mulheres, é algo super-raro e, na verdade, sabe bem”, disse Serena Williams em conferência de imprensa. Depois acrescentou: “Obviamente, quero continuar a elevar este número e ver o que acontece”.
Quem deve ter um sabor amargo na boca é Raymond Moore. Em março de este ano o diretor do torneio Indian Wells, que entretanto se demitiut, tinha afirmado: “Se eu fosse uma mulher tenista, eu pôr-me-ia de joelhos todas as noites e agradeceria a Deus por Roger Federer e Rafa Nadal terem nascido.” Estas declarações apareceram no decorrer de uma polémica sobre as diferenças salariais de género entre tenistas. É que mesmo se os prémios para os finalistas dos torneios dos grand slams são iguais – o U.S. Open desde 1973, o Wimbledon desde 2007 – várias provas do circuito internacional de ténis continuam a pagar mais aos homens do que às mulheres.
Serena Williams tem 35 anos e compete há 18 nos torneios de ténis do circuito internacional. Afirmou estar em boa forma e ter vontade para continuar por mais tempo a competir em grande. O céu é o limite para as vitórias da atletas americana. Será que mesmo assim ela vai continuar a ter um teto salarial mais baixo? As contas foram feitas pelo New York Times, em abril deste ano, para ilustrar a diferença: 731 mil dólares para Roger Federer; 495 mil para Serena Williams.