Sharam Diniz sentiu-se “intimidada” ao recriar performance de Grace Jones

Mais de trinta anos depois do artista norte-americano Keith Haring ter pintado Grace Jones, num vestido de seis metros (de altura), em Nova Iorque, esta performance chega agora a Portugal numa versão protagonizada por Sharam Diniz. A modelo angolana foi a escolhida para inaugurar a primeira exposição de Haring em Portugal desde há 15 anos, recriando um dos vários momentos em que este pintou a cantora jamaicana.

Com um vestido semelhante a Grace Jones, Sharam Diniz encantou quem assistiu à performance, esta terça-feira no CascaiShopping, local onde a mostra sobre um dos mais icónicos artistas norte-americanos vai estar em exibição até dia 10 de novembro. “Eu tentei ao máximo não copiar a performance da Grace Jones, nos anos 80, para não passar por ridícula”, confessou Sharam, com uma gargalhada, já depois de ter o seu corpo pintado pela designer Susana Almeida, na praça junto à Zara e Mango daquele centro comercial.

A jovem manequim, de 28 anos, admitiu ainda ter-se sentido “intimidada” ao assistir às várias performances de Grace Jones com o artista Keith Haring, durante os anos 80. “Eu não conseguia fazer nem um terço dos movimentos que ela fez. A Grace Jones é uma referência mundial. Este ano vi-a no desfile da Tommy Hilfiger, em Paris, e ela dançava, cantava… e ela tem mais de 70 anos. Quero chegar à idade dela, assim, viva e de espírito alegre”.

Já sobre a obra de Keith Haring, Sharam Diniz admitiu não estar familiarizada com os seus trabalhos, no entanto uma pesquisa sobre a vida deste ícone da cultura norte-americana levou-a a aceitar rapidamente o convite para este live body painting. “Ele morreu em 1990, um ano antes de eu nascer, mas quando percebi todo o seu legado, decidi que tinha de aceitar a proposta, porque não aparecem oportunidades para homenagear um artista assim todos os dias”.

A modelo refere-se às 17 peças que compõem a exposição Entre a Arte, o Ativismo e a Moda e que estão, desde esta terça-feira, visíveis ao público no CascaiShopping, até 10 de novembro – entre as quais está uma réplica de um conjunto usado por Madonna na discoteca Paradise Garage, em Nova Iorque, e que foi pintado pelo artista. As 17 obras pertencem a uma coleção italiana e foram executadas na década mais criativa de Haring, desde o início dos anos 80 até à sua morte, em 1990.

À época, Keith era um dos mais consagrados artistas da chamada street underground culture, tendo evoluído desde os tempos em que pintava murais no metro de Nova Iorque até às mostras individuais da sua obra em galerias. Em 1986, somava ainda às suas conquistas em exposições internacionais (Como a Bienal de São Paulo ou a Documenta 7 na Alemanha) a abertura da sua Pop Shop, uma loja que vendia T-shirts, pins, ímanes com a sua assinatura, mais uma das suas estratégias para democratizar a arte.

“Ele defendia que a arte devia ser acessível a todos e, por isso, desenvolvia-la muito na rua”, conta ainda Astrid Sauer, curadora do projeto, que se estende da exposição com 17 peças de Haring no CascaiShopping até ao centro da vila, onde a estação de comboios de Cascais foi transformada e pintada pela designer Susana Almeida com os icónicos elementos e símbolos que distinguiam a obra de Haring: pirâmides, televisões, bebés, ovnis e ainda uma série de padrões tribais, esquimós e africanos, que o permitiam retratar temas sérios de forma positiva ou humorística.

Também uma das carruagens de comboio que faz o percurso Cascais – Cais do Sodré e vice-versa foi pintada pelo artista AkaCorleone (representado pela Galeria Underdogs de Vhills) para assinalar este projeto. “A mensagem do Keith Haring ia muito neste sentido. Ele queria dar oportunidade aos jovens para mostrarem a sua obra e poderem atingir mais pessoas e não uma elite que já tinha acesso a galerias. Ele pintou o Muro de Berlim antes da sua queda, fez um mural gigante no âmbito dos 100 anos da Estátua da Liberdade, com 900 jovens”, acrescentou Astrid Sauer, a responsável pela empresa organizadora de eventos culturais State of the Art, desafiada pelo centro comercial a aproximar a arte do público.

A curadora do evento lembra ainda que o artista era também um ativista social “que lutou muito pela prevenção da SIDA e pela igualdade de género, direitos LGBT e contra a violência”. Por esse motivo, esta exposição tem também um lado solidário. O estilista Dino Alves foi desafiado pela State of the Art para criar um vestido inspirado na obra do artista em destaque, que será apresentado em exclusivo na Moda Lisboa, de 10 a 13 outubro. A peça vai ser leiloada no leilão de Arte Moderna e Contemporânea e o valor angaridado irá reverter para a associação Ser+ – Associação Portuguesa para a Prevenção e Desafio à SIDA.

 

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<preciso recuar a 1987, a Nova Iorque, para compreender a arrojada performance de Grace Jones e do artista norte-americano Keith Haring, que a pintou num vestido de seis metros (de altura). Esta não foi a única vez que Keith pintou a modelo e cantora jamaicana, no entanto terá sido uma das mais memoráveis e serviu, 30 anos depois, de inspiração para inaugurar a exposição dedicada a Haring Entre a Arte, o Ativismo e a Moda, que acaba de chegar ao CascaiShopping.

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