“Todos somos felizes, temos é alguns momentos de infelicidade”

Roof top party in Barcelona.
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Enquanto para uns a felicidade é poder ficar mais umas horinhas na cama de manhã, para outros só é alcançada com umas férias numa ilha paradisíaca. A psicóloga Catarina Lucas tem um construído, ao longo dos anos de profissão, um conceito muito próprio sobre o tema.

“Fui percebendo que a felicidade é diferente daquilo que achamos. As pessoas usam muitas vezes, mesmo em consulta, a frase de que a felicidade não existe e existem apenas momentos de felicidade. Fazemos com que a felicidade dependa muito de atingir objetivos e alcançar bens materiais. Temos de olhar as coisas de outra perspetiva: todos somos felizes, temos é alguns momentos de infelicidade. Isto obviamente se não existir nada de dramático na nossa vida”, explicou Catarina Lucas.

Esta busca permanente da felicidade tem-se traduzido na publicação de vários livros sobre o tem ao longo do último ano.

“As pessoas estão um bocadinho perdidas, precisam de qualquer coisa. Sinto isso em consulta. Já não acreditam na religião, não é um pilar, uma linha orientadora. Nem a política. As pessoas precisam de algo para se agarrarem, algo que as guie”, afirmou a psicóloga.

Por outro lado, ao contrário do que acontecia há uns anos, as pessoas já não se contentam com a infelicidade e sentem necessidade de contrariá-la. No entanto, os baixos níveis de felicidade dos portugueses tratam-se apenas de uma questão cultural.

“Antigamente tínhamos uma sociedade de pessoas mais resignadas. Não estavam bem mas iam aceitando, tolerando. Hoje em dia as pessoas procuram a felicidade e querem estar bem. Temos uma cultura de baixa autoestima. Quando somos pequenos é-nos logo incutido que não nos devemos gabar e pavonear”, acrescentou Catarina Lucas.

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