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Trabalhar em casa e horário flexível não reduzem o stress das mães

Percorra a galeria e, sendo mãe trabalhadora, fique a conhecer os sintomas de um 'burnout' (esgotamento). Note que se sente que regista dois ou mais sinais dos que se seguem, pode estar perante um dilema maternal, o que conduz aquele estado clínico [Fotografias: Shutterstock]
Questionar constantemente porque se faz o que se faz e já não sentir alegria no trabalho, e que antes se apreciava
Considerar que o que faz (no trabalho ou em casa com os filhos) pode já não valer o dinheiro que se recebe ou o esforço que é feito
Continuar a perguntar-se o que será e quem será “quando crescer” porque, mesmo mediante a idade que tem, sente-se que ainda não foram alcançados um ou mais objetivos de vida definidos: dinheiro, reconhecimento, prazer ou outros
Sentir que o tempo para atingir os objetivos pessoais e profissionais está a escapar por entre os dedos
Considerar que se deveria estar a fazer exatamente o contrário da escolha que se fez. Ou seja, se está a trabalhar, deveria estar em casa com os filhos e vice-versa
Inquirir constantemente sobre os propósitos da vida em geral e perguntar-se ininterruptamente sobre se fazer algo de diferente levará a algo melhor
Manter secreto um objetivo que se tem para vida, mas sentir que tal vai requerer um passo demasiadamente grande. Falamos, por exemplo, de começar um negócio, escrever um romance, correr uma maratona, regressar aos estudos

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Trabalhar a partir de casa e ter horários flexíveis podem ser medidas facilitadoras da conciliação trabalho-família, mas, segundo um estudo da University de Manchester, não contribuem para diminuir os níveis de stress crónico das mães trabalhadoras.

A investigação da universidade britânica, citada pelo site Global News e a ser publicada na edição de fevereiro, da revista Sociology, concluiu que as mulheres que trabalham e têm filhos têm um risco acrescido em 40% de desenvolver stress crónico, por comparação com as mulheres trabalhadoras sem filhos.

O estudo mostra também que medidas apontadas como facilitadoras da gestão familiar e laboral, como o teletrabalho, ou trabalho remoto, e a flexibilidade horária, não têm necessariamente um impacto positivo na sua redução. Trabalhar menos horas é o único fator que ajudaria a essa diminuição, sustenta a análise.

“Em termos de redução de horas tanto homens como mulheres parecem beneficiar de forma igual”, começa por explicar, ao Global News, Tarani Chandola, professor de Sociologia Médica, da Universidade de Manchester, e co-autor do estudo.

A investigação utilizou biomarcadores como a pressão arterial, o colesterol e as hormonas relacionadas com o stress, para medir os níveis de stress crónico numa amostra de seis mil trabalhadores. E além de ter concluído que as mães trabalhadoras sofrem um risco consideravelmente acrescido, devido às diferentes pressões a que estão sujeitas, permitiu chegar a outras respostas.

“Quando se trabalha de casa, não se está realmente a reduzir as horas, e, para muita gente, pode na realidade significar o aumento dessas horas, uma vez que se está ‘on’ o tempo todo”, refere o investigador. Por outro lado, Tarani Chandola assinala que o chamado “horário flexível”, que pode passar por uma alteração do horário “das 9h às 17h para das 10h às 18h”, exemplifica, também “não está de facto associado a nenhuma redução dos níveis de stress”.

A quantidade de stress com que as mães que têm um trabalho a tempo inteiro vivem pode ter consequências negativas não só nas suas vidas profissionais e familiares, como na sua saúde, originando problemas de hipertensão e doenças cardíacas e aumentando o risco de mortalidade, sublinha o investigador.

A isso acresce, nota ainda, a pressão de não cumprirem os objetivos laborais e familiares, quando o emprego é “particularmente stressante e as condições inflexíveis”, o que pode levar ao desenvolvimento de problemas de saúde físicos e mentais, que em última instância ditarão uma saída precoce do mercado de trabalho.

Nesse caso, o stress e as consequências negativas para o bem-estar da pessoa também não diminuem. “Se se fica desempregado ou reformado muito cedo, isso pode causar uma série de problemas de saúde adicionais”, remata.

Na galeria, em cima, veja os sete sinais que indicam se sofre de ‘burnout’ de mãe trabalhadora.

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