Três tipos de descanso que o corpo e o cérebro precisam

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Quando se trata de descansar, ninguém sabe que o procedimento a seguir é relativamente simples: faça menos que o normal, de preferência ao sol, durma mais e melhor.

Não basta não fazer nada, desligar ou adiar o despertador para que o organismo regenere verdadeiramente. Para se recuperar de vários meses de trabalho, tanto física quanto psicologicamente, o corpo e o cérebro precisam de três tipos diferentes de descanso.

Descanso social

Os convívios sociais podem ser cansativos. Cada interação social requer atenção, tanto para os outros – para o que eles dizem ou para linguagem corporal – mas também para nós. Isto é ainda mais cansativo quando se encontra num bar ou restaurante, num ambiente barulhento, rodeados de amigos mas também de muitos estranhos.

“Como humanos, interagimos com o mais alto grau de intencionalidade, o que é cognitivamente complexo, mesmo que temos pouca consciência disso no dia-a-dia”, Laure Verret, professora de neurociência da Universidade de Toulouse, à revista francesa Madame Figaro.

Por isso, reservar um tempo a sós pode ser uma boa solução para o descanso social. “Estar sozinho e não fazer nada é o momento perfeito em que nossa atenção não é desviada para o outro. Podemos, então, baixar a guarda e ordenar os nossos pensamentos, as nossas emoções e evacuar aqueles que nos cansam”, acrescenta.

Descanso emocional

As emoções estão presentes a todos os momentos, mas têm consequências. “Algumas são intensas perdas de energia. Provocam uma química pesada que requer muita energia do cérebro e do corpo para evacuá-los”, destaca Christophe Haag, referindo que a solução é optar por ficar num espaço calmo e relaxante.

A comida também desempenha um papel fundamental na regulação das emoções. “Há um diálogo constante entre o cérebro ‘inferior’, o intestino e o cérebro ‘superior’. O que comemos tem impacto em certas áreas do cérebro e, em particular, aquelas que controlam nossas emoções”, explica ainda, destacando os alimentos processados, que tornam a digestão mais difícil, criam ansiedade e forçam o cérebro a trabalhar mais.

Repouso sensorial

O uso dos sentidos, especialmente da audição, faz o cérebro funcionar sem parar. Sons da cidade, buzinas, conversas ao nosso redor, mas também notificações de mensagens recebidas pelo telefone ou computador, todos esses “estímulos permanentes” formam “uma sobrecarga cognitiva e podem ser uma fonte de fadiga”, explica Michel le Van Quyen, diretor de pesquisa no Laboratório de Imagem Biomédica.

Por isso, é fundamental fazer pausas silenciosas durante o dia. “Em qualquer sistema biológico, uma fase de atividade está associada a uma fase de regeneração. O cérebro não foge à regra: ele precisa fundamentalmente de momentos de silêncio para se regenerar”, esclarece o pesquisador.