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Tudo o que precisa de fazer para ter uma boca saudável

Má absorção dos nutrientes. Os alimentos mal mastigados acabam por não serem devidamente decompostos. A ação digestiva por meio das enzimas e sucos gástricos vai agir apenas superficialmente, assim como a absorção dos nutrientes (vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos e lipídos).
A cárie dentária, doença mais comum dos dentes, é infeciosa e transmissível. Resulta da interação entre o biofilme bacteriano, os hidratos de carbono fermentescíveis e o dente que quando em contacto por um determinado tempo conduz à sua desmineralização. Se este fenómeno for contínuo resulta numa cavidade. Os principais fatores para controlar esta doença são uma higiene oral regular e eficaz, a exposição a fluoretos e um consumo limitado de alimentos cariogénicos.
Gengivite. A principal causa desta doença é a acumulação de placa bacteriana ao longo da linha da gengiva. Os produtos resultantes do metabolismo bacteriano vão provocar inflamação na gengiva tornando-a vermelha, inchada e hemorrágica. A gengivite é reversível se os fatores contribuintes deste processo forem eliminados.
Má digestão.Quando os alimentos não são triturados corretamente deixam o estômago sobrecarregado o que dificulta o processo de digestão. Por outro lado, para ajudar na deglutição de pedaços grandes, as pessoas acabam por tomar líquidos em excesso, o que sobrecarrega ainda mais o organismo. Deste modo, má digestão, azia, dores abdominais, gases, sonolência e até gastrite são problemas causados pela má mastigação.
Endocardite Bacteriana. É uma infeção que afeta diretamente o coração e pode levar à morte. Um simples sangramento na boca pode permitir que bactérias bucais entrem no sistema sanguíneo e atinjam válvulas ou tecidos, causando danos no revestimento interno do coração. Pacientes portadores ou com predisposição a ter problemas coronários devem consultar o médico e o dentista regularmente e tomar cuidados extra com a higiene diária.
O mau hálito é também conhecido como halitose, o mau hálito está relacionado com a má higiene bucal, a boca seca e a ingestão de determinados alimentos, como molhos picantes. Geralmente o problema agrava-se no período da manhã, devido à menor produção de saliva durante o período do sono. Este problema não causa grandes consequências físicas, mas pode abalar profundamente a autoestima e ter impacto nos relacionamentos e até mesmo na vida profissional.
Apesar de não existir uma causa específica para o aparecimento de aftas, é sabido que a má higiene bucal pode contribuir para o seu aparecimento e dificultar a cura. Os ferimentos na mucosa da boca têm coloração branca e avermelhadas e costumam causar dor e desconforto, especialmente às refeições. Normalmente, não precisam de tratamento e desaparecem em duas semanas.
A periodontite envolve além da gengiva o suporte ósseo do dente. Para além dos sinais da gengivite, na periodontite a gengiva retrai e afasta-se do dente, formando bolsas onde as bactérias proliferam com mais facilidade. A inflamação e infeção estabelecidas no fundo das bolsas periodontais causam a destruição do osso que rodeia o dente, sensibilidade dentária e mobilidade, podendo levar à perda do mesmo.

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Manter uma boa higiene oral é essencial para o bom funcionamento de todo o organismo.

A boca é uma montra do organismo, podendo dizer-se que é decisiva uma atitude ecológica da sua manutenção. O seu estado e aparência refletem o empenho de cada um nessa atitude, nomeadamente no cuidado com a adoção de uma alimentação rica e variada e na sua higiene diária – imprescindível” diz José Ferrão, especialista em Medicina Interna. Segundo o médico, a boca poderá constituir a primeira linha das defesas do nosso organismo, iniciando o processo digestivo e ao mesmo tempo reconhecendo substâncias nocivas ou simples germes potencialmente infeciosos para os neutralizar, mostrando-os ou apresentando-os aos aglomerados de células de defesa que existem nas mucosas, desencadeando processos de defesa.

José Ferrão defende que sendo esta a primeira fase da nossa digestão “pode dizer-se que se não decorrer corretamente, seja por deficiente mastigação ou salivação, ou por insuficiente contacto dos alimentos com a cavidade oral, não permitindo uma ativação harmoniosa dos mecanismos nervosos e hormonais, irá prejudicar decisivamente as fases seguintes da digestão, refletindo-se numa deficiente nutrição, entre outras patologias”.

Uma boca saudável preserva a fala, permite mastigar em pleno, sem dores ou situações embaraçosas, e faz brilhar o sorriso. O princípio básico é uma boa higiene oral. Não é muito trabalhosa, mas nem todos a seguem.

Segundo a Ordem dos Médicos Dentistas passa pela consulta dentária de seis em seis meses (pois prevenir é sempre mais fácil que tratar) evitar comer doces, escovar os dentes durante dois minutos após as refeições e usar o fio dental pelo menos uma vez por dia preferencialmente à noite. A escova de dentes deve ser mudada a cada três meses e ser guardada num recipiente com as cerdas para cima e sem capa protetora porque esta não permite a secagem completa da escova, promovendo um ambiente húmido, propício à multiplicação de bactérias.

Mais importante que tudo: durante o dia produzimos saliva que tem uma ação de auto-limpeza, enquanto quando dormimos a produção de saliva diminui substancialmente, logo se os dentes ficam a sofrer a ação bacteriana, por isso, nunca esquecer a escovagem da noite que é fundamental.

Se seguir todos estes cuidados dificilmente terá os problemas de saúde que o má higiene oral poderá desencadear, e que pode conhecer melhor na galeria a cima.

Sara Raquel Silva

Imagens: Shutterstock

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