Zara retira campanha, fala em “mal-entendido”, mas polémica prossegue

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[Fotografia: Zara]

Uma manequim segura uma escultura envolta em lençol branco, num editorial de moda num conceito de ruína num ateliê e que pretendia lançar uma nova coleção. Porém, a internet imediatamente reagiu, criticou a Zara por publicar uma produção fotográfica que cuja imagem remete para as mortes que estão a acontecer na Faixa de Gaza devido à guerra Israel-Hamas e apelou ao boicote.

A marca do grupo espanhol Inditex explicou-se, retirou a campanha e falou em “mal-entendido”. Porém, as explicações ainda não convencem. Se por um lado, alguns consumidores apontam o facto de não ter havido lugar a um pedido de desculpa formal, por outro, lembram que se a sessão fotográfica já tinha sido feita em setembro, um mês antes do início do conflito, que deflagrou a 7 de outubro, “então alguém poderia ter tomado a decisão de a cancelar assim que percebessem que as pessoas poderiam identificar semelhanças entre o conceito [da sessão fotográfica] e os eventos atuais”.

Certo é que a Zara, nesta terça-feira, 12 de dezembro, emitiu uma nota na qual justifica o contexto criativo da sessão e o timing. “A Zara lamenta o mal-entendido e reitera o profundo respeito por todo mundo”, lê-se no post de Instagram publicado pela companhia espanhola.

[Fotografia: Instagram/Zara]
“Alguns clientes sentiram-se ofendidos com estas imagens, que já foram retiradas, e viram nelas algo muito diferente do que pretendíamos quando foram criadas”, explicou a marca na sua conta de Instagram

No mesmo comunicado, a Zara justificou que a campanha polémica tinha sido “idealizada em julho e fotografada em setembro” com o “propósito de mostrar peças de vestuário artesanais num contexto artístico”,e scolhendo, para tal, “uma série de imagens de esculturas inacabadas no ateliê de um escultor”.