Zeca Afonso e Vitorino no adeus a Joana Marques Vidal

É já esta sexta-feira, 12 de outubro, que Joana Marques Vidal, a primeira mulher nomeada Procuradora-Geral da República (PGR), conclui o seu mandato e remete a função para a sua sucessora: Lucília Gago.

Na hora da despedida, mais do que saber um ou outro detalhe, é tempo de lembrar todos os momentos emblemáticos desta ‘gestão’ e de ficar a saber exatamente de quem se está a falar. Na galeria acima, recorde mais de duas dezenas de factos da vida e obra desta mulher que, quando nasceu, em 1955, se arriscava a ser a bebé do ano seguinte. É que Joana Marques Vidal completa 63 anos a 31 de dezembro.

Segundo informações reveladas pela agenda da PGR, o adeus será feito já nesta quinta-feira, 11, em compassos bem definidos. Ou seja, ao som de música e com entrada livre. Prevê-se que o coro da instituição interprete temas de Zeca Afonso, contando com Vitorino como convidado especial. Uma iniciativa intitulada Tardes Encantadas e que decorre no Palácio de Palmela (sede da Procuradoria), a partir das 17.00 horas.

Mas enquanto não ecoam os primeiros acordes, é tempo de lembrar os seis anos marcados por vários casos mediáticos, da política à sociedade, passando pelos incêndios, pelo desporto, pela própria Justiça – e na qual Marques Vidal labora -, e chegou, recentemente, aos militares. Foi, até, além-fronteiras, a Angola. Uma gestão que, aquando da operação Marquês, levou à prisão preventiva do antigo primeiro-ministro José Sócrates.

Numa saída que se revestiu de polémica, de muitas manchetes e que acabava em alguma surpresa, a magistrada acabaria por ser sucedida por Luícilia Gago, nomeada a 20 de setembro pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Ficou muita coisa para fazer”, devido às “muitas e óbvias dificuldades que decorrem do exercício do cargo”, afirmou Joana Marques Vidal recentemente

Em jeito de balanço do seu mandato de seis anos, Joana Marques Vidal disse recentemente que, consigo à frente da Procuradoria-Geral da República, se iniciou “um caminho de modernização do Ministério Público“.

Admitiu, porém, que “ficou muita coisa para fazer”, devido às “muitas e óbvias dificuldades que decorrem do exercício do cargo”.

“Esse caminho passa por uma reorganização estrutural e departamental que permite uma maior flexibilização no desempenho das funções, designadamente no âmbito da ação penal, por uma formação mais exigente dos magistrados e pelo rigor da ação”, afirmou.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Pedro Rocha/Global Imagens

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