Como as redes sociais mudaram as relações amorosas

A escritora e jornalista Helena Magalhães tem 31 anos, cresceu numa época em que não existiam redes sociais como o Facebook, o Instagram e o Tinder, mas hoje dá por si a interpretar emojis, a falar com as amigas em chats e a ser “engatada” por homens no WhatsApp. Por toda esta nova realidade, em que se vê inserida, decidiu escrever Diz-lhe que não, um livro que reflete sobre as relações amorosas atuais.

“As relações por si só, no início, já são muito frágeis. Estamos a conhecer as pessoas e as redes sociais permitem-nos ter muita informação sobre todos de uma forma impessoal e em muito pouco tempo. Acaba por destruir aquela fantasia que é preciso existir em todos nós quando nos estamos a conhecer”, explica ao Delas.pt Helena Magalhães.

Numa altura em que as juras de amor são feitas no WhatsApp, as declarações surgem em forma de fotografias no Instagram e os ex-companheiros convivem no Facebook, a escritora ainda acredita que as redes sociais não estão a mudar o conceito de amor.

“Não estão a mudar porque no final do dia todos queremos a mesma coisa: encontrar outra pessoa. Ninguém quer ficar sozinho. As redes sociais estão a ajustar a forma de nos relacionarmos com os outros. Mudar o amor nunca vão mudar. É preciso que, acima de tudo, nós nos saibamos encaixar em tudo o que está a acontecer à nossa volta e não percamos o foco das coisas que queremos”, clarifica a escritora.

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Uma jura de amor no WhatsApp vale menos do que uma carta apaixonada?

A autora acredita que não. Defende que as demonstrações de amor virtuais não têm menos valor do que tinham as cartas trocadas antigamente entre os apaixonados ou as declarações feitas cara a cara.

“Não valem menos, obviamente, mas as pessoas perdem a capacidade de falar. Perdemos tanto tempo a falar virtualmente que quando estamos cara a cara não há nada para dizer, não sabemos o que dizer. Acabamos por ter muito menos coragem de falar o que queremos falar pessoalmente por passamos o tempo a falar por WhatsApp e a trocar mensagens”, acrescenta Helena Magalhães.

Em Diz-lhe que não, Helena Magalhães fala também de uma geração de amores fast-food cada vez mais difícil de definir, com elementos que vão desde os 13 anos 50 anos, da forma como a solidão afeta ainda mais quem está conectado a milhares de pessoas durante 24 horas por dia e da ligação que algumas pessoas mantêm com os ex-companheiros, continuando a acompanhar toda a sua vida online como se de uma novela se tratasse.

Ao longo dos vários capítulos do livro, a autora conta histórias pessoais carregadas de ironia, que tornam o livro bastante divertido, e vai definindo os tipos de homens com quem as mulheres se costumam cruzar ao longo da vida (pode ver que tipos de homens são esses na galeria de imagens acima).

Ficha técnica do livro:

diz-lhe que não

Diz-lhe que não, Helena Magalhães. A Esfera dos Livros, 15 euros