Cuca Roseta: “Sou uma sonhadora nata”

Fadista. Cinturão negro em taekwondo. Apaixonada por histórias da Disney e pela música de Nat King Cole. Ex-membro do coro da igreja dos Salesianos. Chama-se Maria Isabel, tem 34 anos, mas conhecemo-la por Cuca. Cuca Roseta.

Quando a irmã se debruçou no berço da menina que, em 2011, foi chamada de “a nova voz do fado” ditou-lhe um destino.

“Eu era a quarta mulher a nascer e já não havia imaginação para nomes. A minha irmã chamou-me Cuca e se tivessem deixado teria sido esse o meu nome no bilhete de identidade.”

Na faculdade – licenciou-se em Psicologia Clínica – os professores chamavam-na e ela não respondia. “A Maria Isabel é surda?” Não era. Mas respondia por Cuca. Aos 18 descobriu o fado. “Encontrei-me.” Os pais ensinaram-lhe “a não chorar sobre o leite derramado”, os padres ensinaram-lhe verdades sobre o caminho.

Cuca acredita no «felizes para sempre» das histórias da Disney. Como acredita em recompensas. “Sou uma sonhadora e sigo sempre o meu instinto.” O fado não chora apenas, também luta. Como o taekwondo.

“É a minha segunda arte.” Gustavo Santaolalla, o oscarizado músico argentino que produziu o primeiro disco da fadista, ensinou-lhe que “Menos es más”. E Cuca é muito.
“Sou uma sonhadora nata e sigo sempre o meu instinto.”