“As mulheres começam cedo a ficar para trás e continuam a perder terreno”

The chief operating officer of Facebook, Sheryl Sandberg, listens at the Clinton Global Initiative 2013 (CGI) in New York
The chief operating officer of Facebook, Sheryl Sandberg, listens at the Clinton Global Initiative 2013 (CGI) in New York September 24, 2013. REUTERS/Lucas Jackson (UNITED STATES - Tags: POLITICS BUSINESS HEADSHOT) - RTX13XV2

As mulheres começam mais cedo do que os homens a ficar para trás na carreira e as coisas não têm tendência a melhorar. Esta é a principal conclusão do estudo sobre ‘Mulheres e Trabalho 2016’ que a fundação de Sheryl Sandberg, a COO do Facebook, faz todos os anos em colaboração com McKinsey.

O estudo é feito nos EUA e para os EUA – participaram 132 companhias e 4.5 milhões de funcionários – mas algumas das questões são universais, nomeadamente as que vão fundo na explicação do fenómeno.

Este estudo tem a vantagem de explicar, quase antropologicamente, porque é que as mulheres ainda estão tão para trás no mercado de trabalho e nas carreiras.

“As mulheres começam cedo a ficar para trás e continuam a perder terreno. É menos provável que sejam promovidas a chefes, e, depois, menos acabam no caminho para a liderança – além disso é menos provável que sejam contratadas para posições seniores. As mulheres estão paradas e a América das empresas está parada”, diz a fundadora da Lean In na sua página no facebook e num artigo no The Wall Street Journal.

“Equipas mais diversas produzem melhores resultados, mais receitas e lucros, e mais oportunidades para todos”.

O relatório identifica alguns passos que se podiam dar para começar a resolver os problemas em curto prazo: investir em formação e ter equipas que fiscalizem a igualdade a funcionar. Eis algumas das conclusões do estudo:

1. As mulheres negoceiam as mesmas promoções que os homens, mas são muito mais vezes empurradas para trás
As hipóteses de que elas recebam feedback negativo são 30% mais altas. Dizem-lhes que são “mandonas,” “demasiado agressivas” ou “intimidatórias”

2. As mulheres têm menos acesso a líderes seniores
Este é um fator essencial para o sucesso – o coaching e o patrocínio de alguém mais senior. Elas têm menos facilidade em interações com chefes do que os seus pares masculinos.

3. Elas pedem tanto feedback como os homens mas é menos provável que o recebam

Nomeadamente, feedback informal. Há, além disso, uma grande dificuldade em receber feedback negativo – os chefes raramente hesitam em fazer críticas negativas aos homens, mas menos às mulheres o que leva a menores progressões.

4. As mulheres estão menos interessadas em tornar-se lideres de topo – e veem de forma diferente os prós e contras dessas promoções

Apenas 40% das mulheres estão interessadas em tornar-se líderes contra 56% dos homens. Ambos se preocupam com o equilíbrio entre trabalho e família.