34 portuguesas morreram de cancro de ovário por mês em 2018

Considerada a oitava doença oncológica mais mortal para o sexo feminino, o cancro do ovário tirou a vida a 412 portuguesas só em 2018. Ou seja, 34 mulheres perderam, por mês, a vida, devido a este tumor.

Ainda em igual período, foram detetados, em território nacional, perto de 600 novos casos. Dados divulgados esta quinta-feira, 8 de maio, momento em que se assinala o Dia Mundial do Cancro do Ovário, e que coincide com o lançamento de uma nova campanha intitulada saBeRmais ContA. Uma ação de sensibilização que vai estar no ar até outubro, mês em que se assinala a doença, e que se fará acompanhar de uma exposição fotográfica com testemunhos de pacientes às quais foram diagnosticados cancro de mama e/ou de ovário. De 9 a 20 de maio a mostra poderá ser vista no Alma Shopping, seguindo depois para a estação da Casa da Música do Metro do Porto, de 20 a 31 de maio. Em outubro, chegará a Lisboa.

Hereditariedade na origem de 15% dos casos

“Cerca de 85% do cancro do ovário é esporádico e cerca de 15% é hereditário, pelo que é importante que as mulheres estejam atentas à sua história familiar porque este é evitável”, explica Gabriela Sousa, médica oncologista em comunicado de imprensa. Para a especialista, se a mutação for, em pacientes saudáveis, detetada em tempo – e ainda antes de a doença surgir – o cancro pode ser evitado. “Podemos atuar antes de a doença surgir, através de cirurgias redutoras de risco, como a mastectomia, que previne o cancro da mama, ou a cirurgia de remoção dos ovários, que previne o cancro do ovário, mas também reduz o risco de cancro da mama. Também se pode optar por uma vigilância mais adequada, com a realização de exames regulares, caso as cirurgias preventivas não sejam opção para a mulher”, refere a oncologista.

Segundo a organização norte-americana National Cancer Institute, 1,3% das mulheres no mundo podem vir a desenvolver cancro do ovário ao longo das suas vidas, numa realidade em que a predisposição genética joga um relevante fator de risco para o desenvolvimento da doença. Olhando ao detalhe para os dados estatísticos, “cerca de 44% das portadoras de mutações patogénicas no gene BRCA1 e cerca de 17% das portadoras de mutações patogénicas no gene BRCA2 vão desenvolver cancro do ovário até aos 80 anos”, refere a mesma nota enviada à comunicação social.

Sessões de esclarecimento dirigidas a doentes e familiares

A propensão genética para o desenvolvimento deste tumor, os testes, as cirurgias preventivas e outras temáticas ligadas ao cancro do ovário vão estar, para lá da campanha de sensibilização revelada acima, em destaque em sessões de esclarecimento que juntam especialistas e casos testemunhais. As mutações genéticas BRCA e o cancro será o tema em evidência a 17 de maio, às 15h00, no Instituto Português de Oncologia, de Coimbra. A segunda sessão tem data marcada para 30 maio, à mesma hora, no IPO do Porto.

Iniciativas orientadas para doentes, mas também familiares e que pretendem dar as ferramentas que permitam decisões mais informadas sobre a doença. Sessões que estão a ser promovidas pela associação Evita, pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, pela Sociedade Portuguesa de Genética Humana, pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia, pela Sociedade Portuguesa de Senologia e pela Sociedade Portuguesa de Oncologia e pelo conglomerado farmacêutico AstraZeneca.

Imagem de destaque: Shutterstock

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