A depressão afeta a vida sexual? Veja como contornar esse problema

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[Fotografia: Pexels/Roan Lach]

A depressão crónica afeta o funcionamento diário de um indivíduo e a realização de várias tarefas. Quando se trata de questões de sexualidade, a depressão pode contribuir para a disfunção sexual na forma de baixo desejo sexual ou diminuição da satisfação. A depressão pode reduzir o interesse por coisas que antes eram apreciadas, como o sexo, resultando em falta de prazer. A disfunção sexual pode não ser resultado direto da própria depressão. O baixo desejo sexual ou a diminuição da satisfação sexual podem, também, ser resultado dos medicamentos prescritos para tratar a depressão.

Os efeitos colaterais dos antidepressivos ou da depressão podem dificultar o funcionamento sexual. Os sintomas de depressão, como ansiedade e stress, podem resultar diretamente em baixa libido. Seja a condição em si ou os efeitos colaterais da medicação, um médico deve ser notificado sobre problemas sexuais. Mas, essa não é a única parte da solução. A comunicação entre os parceiros também tem um papel benéfico nessas questões.

Comunicação Sexual e Depressão

Delaney (2020) estudou 106 casais em que um ou ambos os indivíduos foram diagnosticados com depressão. Delaney observou que estudos anteriores focaram em dois aspetos que afetam o funcionamento sexual em relacionamentos onde, pelo menos, um dos parceiros é diagnosticado com depressão – incerteza e interferência. Com a incerteza, a depressão pode trazer insegurança sobre o relacionamento. No caso da interferência, a depressão pode interferir no funcionamento diário, objetivos e rotinas do indivíduo.

Juntos ou separados, a incerteza e a interferência podem causar uma desconexão no relacionamento, resultando na interrupção do funcionamento sexual. Delaney sugeriu que há uma variável mediadora a ser considerada — a comunicação.

A comunicação sobre questões sexuais nem sempre é fácil com todos os casais. No entanto, desafios únicos de comunicação ocorrem em casais em que um ou ambos os indivíduos foram diagnosticados com depressão. De acordo com Delaney: “A dinâmica da comunicação sexual em casais que vivem com depressão é significativa para os resultados dos parceiros”, divulgou o site Psychology Today.

Em casais com depressão, a própria incerteza no relacionamento pode contribuir para uma maior perceção de interferência, resultando em menos comunicação sexual. E a comunicação sexual entre parceiros é essencial. Portanto, os casais devem discutir o que gostam ou não gostam, como se sentem sexualmente, questões sexuais que os incomodam ou como percebem sua vida sexual em geral.

A comunicação é essencial

Nos casos em que um ou ambos os parceiros são diagnosticados com depressão, problemas como baixa resposta sexual já são um desafio de relacionamento. Ainda assim, esses desafios são agravados quando os casais não discutem questões sexuais. Por exemplo, as perceções de relacionamento podem ser distorcidas, pois um parceiro pode se sentir pessoalmente rejeitado pela baixa resposta sexual do outro. Essa falta de resposta pode resultar da depressão e não da rejeição do parceiro.

Em silêncio, essas perceções erróneas não são esclarecidas. Continuar em silêncio exacerba a baixa autoestima, más perceções de relacionamento e uma série de problemas sexuais inter-relacionados. É claro que falar sobre problemas sexuais não resolve automaticamente todos os problemas sexuais. Ainda assim, abre a porta para possíveis soluções para melhorar a satisfação sexual, como procurar ajuda profissional.

Quando a comunicação sexual entre os parceiros é aberta e saudável, surgem estratégias eficazes de resolução de problemas.