Amamentação. Exercício físico melhora qualidade do leite das mães

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[Fotografia: Pexels/Mart Production]

A análise envolveu o estudo de 240 amostras de leite materno de 20 recém-mães que amamentam há já entre seis a 14 semanas. Depois, os investigadores fizeram a recolha do leite materno das mães em intervalos específicos de duas horas após o exercício físico e igual tempo após comportamento sedentário.

As conclusões trazem resultados surpreendentes e que podem ajudar a melhorar a saúde do bebé. Como? A equipa da universidade de Ciência e Tecnologia, de Trondheim, na Noruega, detetou que as mães que acabaram de fazer exercício com intervalos de alta intensidade (HIIT) revelaram níveis mais elevados da hormona adiponectina no leite materno. Esta hormona que é produzida a partir de células de tecido adiposo tem, entre outras funções, a capacidade de regulação de glucose e de ácidos gordos no metabolismo. Ora, uma vez absorvida pelos intestinos dos bebés, a hormona vai agir sobre a regulação metabólica do recém-nascido, incrementando a possibilidade de proteção de doenças como a diabetes e risco de obesidade.

“Existem tantos mitos sobre exercícios e leite materno. Precisamos mesmo de saber e de estudar mais sobre a matéria”, apela Trine Moholdt, investigadora citada no comunicado emitido pela universidade.

A responsável vinca que “o objetivo principal da pesquisa é descobrir se é possível limitar o desenvolvimento de excesso de peso em crianças”, procurando encontrar causas ou mecanismos de proteção.

Recorde-se que estudos recentes indicam que a composição do leite materno varia entre mães com índices de massa corporal altos e baixos. Estas diferenças na composição do leite materno podem influenciar a transmissão da obesidade de mãe para filho, segundo tem sido avançado, mas a investigação em torno destas matérias prossegue. “Temos agora o primeiro resultado de todo o trabalho que estamos a fazer e muitos outros resultados estão a caminho. Será muito emocionante daqui para frente”, refere a autora principal do estudo que foi publicado na revista Frontiers in Nutrition (e que pode ser lido no original aqui).