Amas continuam à espera dos aumentos salariais prometidos desde janeiro

pexels-dominika-roseclay-1271565
[Fotografia: Pexels/Dominika Roseclay]

As amas que trabalham para as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) ou misericórdias no âmbito das chamadas creches familiares, continuam há três meses à espera dos aumentos salariais prometidos desde janeiro, de acordo com uma adenda ao Compromisso de Cooperação para o Setor Social e Solidário assinado em dezembro por vários membros do Governo e representantes do setor.

Apenas as amas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é que sentiram a atualização salarial, segundo a Antena 1. A medida abrange 358 profissionais, de um total de 51 acordos de cooperação para creches familiares. As amas que recebem três crianças em casa iriam passar a ganhar 1052 euros brutos. No caso das amas que recebem quatro crianças, o valor aumenta para 1178 euros.

Estes valores correspondem, respetivamente, a 85% e a 70% da verba transferida pela Segurança Social para as instituições referente às crianças acolhidas. Uma percentagem que, tal como a data da entrada em vigor da medida, está definida na adenda assinada pelos diversos representantes do setor social e cooperativo, como a CNIS — Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade.

O presidente da Confederação, Lino Maia, já confessou que na altura em que assinou o acordo “não mediu bem” as consequências que as mudanças trariam, considerando que as amas das creches familiares iriam ganhar mais do que pessoas com mais habilitações.

A Secretária de Estado da Inclusão clarifica o argumento usado pelo dirigente, afirmando que os novos salários já incluem horas extraordinárias. Recorde-se que muitas das amas trabalham 10 a 11 horas por dia, horário que Ana Sofia Antunes afirma não ser exercido por mais ninguém.

Já a APRA – Associação dos Profissionais do Regime de Amas considera que “cada instituição dita a sua sentença e que muitas recusam pagar os novos aumentos”. A Secretária de Estado da Inclusão quer ver o problema resolvido até ao final de abril.