A apresentadora de televisão, Miss Portugal 2008, é a cara da campanha Torres Joalheiros. Andreia Rodrigues confessou-se amante de relógios e disse não ter joias de família, durante a apresentação da nova coleção de joias da Torres. Estivemos à conversa com o rosto feminino das tardes da SIC e descobrimos muito mais do que quais são as peças de joalharia preferidas de Andreia Rodrigues.
Qual é a sua relação com as joias?
É uma relação recente, porque tenho vindo a descobrir a joalharia e a arte da joalharia desde que me liguei à Torres e à família Torres. Mas gosto… Gosto cada vez mais! As joias não são apenas um acessório, são aquilo que transportam nelas. As joias têm esse lado intemporal de passar de geração em geração, têm algo que atravessa o tempo. Para mim uma joia é isso. Hoje compro o que gosto, sempre com cuidado, escolho peças que daqui a 10 ou 20 anos vou continuar a usar.
Não tem joias de família?
A joia que eu tenho, que me foi deixada pela minha avó é uma camisa, e para mim é uma joia, porque é realmente especial.
Qual é a joia que mais usa?
Eu adoro relógios e anéis, o que uso menos é brincos. Até por uma questão profissional, como tenho todos os dias de mudar de roupa e nunca sei bem o que vou vestir. Há brincos que não ficam tão bem com determinadas roupas, a não ser que seja algo muito discreto. Por norma uso anéis e pulseiras fininhas pequeninas para que seja possível misturar com os relógios.
Gosta de joias simples para o dia-a-dia…
Sim, gosto de peças que tenham um lado intemporal. Gosto daquelas joias com ar um bocadinho mais roqueiro, mas gosto de desconstruir e misturar o clássico com o casual. Mas sobretudo gosto de joias simples. Que é o que eu acho que reflete a mulher, a sua simplicidade, a sua elegância, mas com uma forte personalidade capaz de devorar este mundo e o outro se tiver de o fazer.
Para si o que é ser mulher?
As mulheres têm inúmeras dimensões, depende se é mãe, se é avó, depende do que faz profissionalmente, depende do que a vida lhe deu. Mas de uma forma geral e sem querer ser redutora, acho que a mulher tem dois lados: um muito feminino, delicado, emocional, maternal que acho que todas as mulheres acabam por ter, mesmo quando não são mães – o cuidar do outro, o abraçar, o ser o colo. Mas depois têm o outro lado que acaba por ser associado ao que é masculino, que é o serem aguerridas, serem conquistadoras, não baixarem os braços, de correr atrás do que querem, de não desistirem de não baixarem os braços. E as mulheres conseguem realmente ser isto tudo. As mulheres são em geral muito mais fortes e corajosas. Talvez porque têm esse lado maternal e de proteção que as faz proteger aquilo que é delas e aquele que amam. É difícil dizer ou descrever o que é uma mulher mas é isto e muito mais.
Quem são as mulheres marcantes da sua vida?
As minhas avós, sem dúvida, e a minha mãe. Uma das minhas avós já faleceu… Era uma avó muito especial. Ensinou-me muito. Era um alicerce na minha vida e continua a ser pelo que me ensinou, pelas histórias que me contou, pelos abraços que me deu, pelas palavras, pelo que me deixou. Depois tenho a minha avó materna que é uma mulher muito efusiva, que adora festa, que adora a vida, e que não se entrega à idade, e que foi uma batalhadora a vida inteira, que ultrapassou muitos obstáculos e continua firme com um sorriso de orelha a orelha que me inspira todos os dias. E a minha mãe, que também teve ultrapassar muitas barreiras sendo sempre um exemplo e procurando proteger-me, sempre com um sorriso mesmo nos momentos mais difíceis. São a minha inspiração sem dúvida nenhuma.
A Andreia já é a mulher que quer ser?
Não… Ainda tenho muito caminho para percorrer. Neste momento, olhando para o que a minha vida foi e para o que quero que seja, acho que estou no bom caminho.
O que é quer que seja a sua vida?
Há muitos sonhos por realizar. Quero ter a minha família. Mas quero ser mãe, quero continuar a evoluir profissionalmente e pessoalmente. Nunca acho que está tudo feito. Porque tenho muito para aprender, há muito para fazer. Se eu não tentar fazer o meu trabalho melhor todos os dias, provavelmente não estarei ali para sempre. Porque nada é garantido. Eu tive um acidente na minha vida que pôs tudo em perspetiva. O tempo é uma coisa muito voraz e passa muito depressa. Nós só estamos bem até ao dia em que deixamos de estar. É ridículo dizer isto, mas é a verdade e de um momento para o outro a nossa vida muda, porque estamos no sitio errado.
Pode contar-nos que acidente foi esse?
Tive um acidente de carro e fiquei debaixo de água, estive entre a vida e a morte até sair de dentro do carro. Mas naquele tempo que estive nesse limiar despedi-me de todas as pessoas, consciencializei-me de que ia morrer, despedi-me do mundo. E naquela fração de segundos eu tive saudades do futuro. Saudades do que tinha previsto para a minha vida, saudades das vezes que ainda queria dizer à minha mãe que a amava, saudades das vezes que queria abraçar a minha mãe e as minhas avós, dos sonhos que tinha por realizar. Eu tinha 17 anos. Por isso, todos os dias procuro fazer o que é essencial para que um dia, quando esse dia chegar eu não sinta essas saudades.
Isso fez com que diga mais o que sente?
Sem dúvida… Não gosto de chatear com as pessoas, e se me chateio porque faz parte, tento resolver as coisas. Não gosto de não gostar. Gosto muito de gostar. Com o passar dos anos fui pensando, fui verbalizando, fui tirando essas coisas das gavetas e hoje acho que estou no bom caminho e estou a perceber o que quero para mim. E aos 30 anos saber exatamente o que quero para a minha vida, que há muitas incertezas e que a vida me vai cortar as voltas muitas vezes, mas é aí que nós crescemos é isso que é a vida. É ter essa certeza de que com tudo o que me possa vir a acontecer eu cá estarei e sei exatamente para onde quero ir. Tento sorrir sempre.
Começou na moda e depois o seu percurso virou-se para a televisão, de que é que gosta mais?
Televisão. Adoro conhecer histórias e a televisão permite-nos isso.
Gosta de conhecer histórias ou pessoas?
Histórias e pessoas, se conhecermos as histórias dos outros, se pudermos aprender e evoluir com o que ouvimos dos outros, se calhar evitamos muitos momentos difíceis. E também nos dá ideia do mundo em que vivemos, não podemos viver fechados na nossa bolha, porque fazemos parte do mundo e devemos perceber isso.
Imagina-se noutro formato?
Não fecho nenhuma porta à partida, eu gosto de comunicar, gosto de conhecer histórias e pessoas, gosto de ir para além e conhecer as várias dimensões das pessoas. E a televisão dá-me isso. Gosto de entreter quem está do outro lado. Há quem goste e quem não goste mas isso faz parte. Não trabalhamos para a unanimidade. O poder estar na rua e vir alguém ter comigo e abraçar-me e dizer “Ai menina Andreia, gosto tanto de si. Vocês fazem-me rir tanto.”
Lida bem com a fama?
Eu não acho que isto seja fama, acho que é o reconhecimento pelo meu trabalho. Eu faço o que faço, porque gosto, não com outro objetivo. A fama é uma consequência do meu trabalho. E é uma coisa muito efémera, há pessoas que não me conhecem. Há pessoas que não vem televisão e por isso para elas não sou ninguém. E, na verdade, eu para as pessoas sou apenas aquilo que faço, sou a Andreia Rodrigues apresentadora de televisão. E para essas pessoas eu faço parte da vida delas e isso vale tudo, é isso que dá ainda mais sentido ao meu trabalho.
Nos programas da manhã e da tarde há normalmente sempre uma mulher a apresentar, porquê?
Em geral procuram-se duplas porque se consegue um equilíbrio muito interessante entre homem e mulher.
Alguma vez sentiu que tinha que provar mais por ter passado pela moda e por ser uma cara bonita?
O meu foco é trabalhar, é corresponder às expectativas, é o prazer de trabalhar e construir em equipa. Porque a ideia de que conseguimos carregar sozinhos este mundo, não é verdade. Trabalho muito para provar que mereço o meu lugar e que vale a pena continuarem a investir em mim, não porque sou uma cara bonita, porque isso é muito relativo. Portanto, o que me distingue é e será sempre o meu trabalho.
Voltando às joias, tem joias que guarda para momentos especiais?
Não tenho muitas, confesso que as joias que tenho podem ser usadas em qualquer circunstância.
Tem alguma joia que gostava muito de ter e ainda não tem?
Vou muitas vezes à Torres e obviamente que passar naquelas montras é muito tentador. Mas não há nada que eu deseje por aí além. Um dia quero investir num colar de pérolas, quando chegar o dia terei.
Alguma vez comprou alguma peça para marcar um momento especial?
Sim normalmente nos meus aniversários e para marcar conquistas minhas. Acho que devemos dar presentes a nós próprios.
E qual foi a última peça que comprou?
Por acaso a última não comprei, foi um presente do Daniel [Oliveira]. Foi um anel maravilhoso que foi o meu presente de Natal. Mas a última que eu comprei foi um colar muito simples com o símbolo do equilíbrio e que anda sempre comigo.