April Ivy: “Levei dez vezes mais críticas em relação ao Festival por ser mulher”

April Ivy
Fotografia: Divulgação

“É toda a gente muito liberal, mas quando uma mulher faz, as repercussões são muito maiores e as portas são logo fechadas.” A análise é de April Ivy, a cantora que, a propósito da apresentação de um novo single, faz um balanço sobre a sua passagem pelo Festival da Canção 2023 e onde compareceu com o tema Modo Voo, mas que não passou à final.

De blazer branco e conjunto às franjas, Mariana Gonçalves, de nome artístico April Ivy, afirmou que “este ramo [da música] é muito mais difícil para as mulheres”. “Sinto que levei dez vezes mais críticas em relação ao Festival por ser mulher, por ter arriscado, porque uma mulher não se pode apresentar como quer”, acrescentou.

Após ter estado afastada dos holofotes, April Ivy apresentou o single “Dum Drum”, num showcase que decorreu na H&M do Centro Comercial Via Catarina, no Porto, na sexta-feira, 9 de junho.

O novo tema, explica à Delas.pt, reflete sobre o seu percurso no mundo da música: “Fala sobre a força que é preciso ter para continuar e, quem gostar de prestar atenção às letras, vai perceber que é uma música, apesar de animada, muito sentida”.

April iniciou a carreira musical de sucesso com apenas 14 anos e os primeiros êxitos, nomeadamente Be Ok e Shut up, foram compostos em inglês. A tendência alterou-se após a apresentação da música Modo Voo“, no Festival da Canção de 2023.

À margem do lançamento, April Ivy revelou, ainda, que existem diferenças nos cachês consoante o sexo: “O cachê de uma artista feminina e de um artista masculino é muito diferente, mesmo que tenham os mesmos números e estejam ao mesmo nível de notoriedade”.

A jovem, de 23 anos, confessou que gostava de colaborar com Sónia Tavares, por se identificar com os ideais, e mostrou-se solidária com as mulheres: “Acho muito importante sermos solidárias umas com as outras, adoro a Sónia, ela também fala sobre estes assuntos, e acho que devíamos unir-nos”.