Ativista, instrutora de Zumba e assistente social. Eis Mónica Freitas, a deputada do PAN Madeira

Mónica Freitas
[Fotografia: Instagram/Mónica Freitas]

Entre a filiação no partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e o lugar conquistado na Assembleia Regional da Madeira passaram apenas dois anos. Este é o percurso político-partidário de Mónica Freitas, que assume agora ainda maior relevância por ter assinado, como deputada eleita pelo PAN, um acordo de incidência parlamentar que dá ao governo de Miguel Albuquerque, na coligação PSD/CDS, o que lhe faltava: a maioria absoluta no hemiciclo.

A jovem militante do PAN, que completa 28 anos em novembro, é agora a o pivô deste acordo e fiel de uma balança de equilíbrio político que o governo regional espera.

Mas, afinal, quem é Mónica Freitas? “Sou assistente social, que é a minha formação. Tenho licenciatura em Serviço Social, tirada em Coimbra. Sempre fui muito atenta às necessidades e às problemáticas da Região e sempre tive um espírito muito ativista. Comecei, desde muito cedo, a participar em vários projetos e programas, não só nível nacional mas também internacional e, em 2021, recebi o convite para fazer parte do partido PAN”, descreveu a própria ao jornal Diário de Notícias da Madeira, em entrevista publicada a 21 de agosto, ainda em tempo de pré-campanha eleitoral regional.

Em agosto deste ano, a então candidata número dois do PAN madeirense subia ao primeiro lugar na sequência da substituição de Joaquim Sousa. À data, o geógrafo, pós-graduado em gestão e administração escolar alegou que foi afastado por não aceitar ser controlado pela líder nacional do partido e deputada Inês Sousa Real.

A decisão estava tomada e Mónica Freitas, mês e meio antes da eleição, dava início ao seu trajeto político rumo à Assembleia Regional. E se aos 27 anos conquista o lugar e o poder, a verdade é que começou cedo, ainda em 2014, nas lides do ativismo, com especial incidência nos “direitos das mulheres e da igualdade género”, como revelou em entrevista. “Fiz parte de um projeto que se chama Girl Effect, que começou na Madeira, em 2014, e ao qual dei seguimento em Coimbra, em 2015”, revelou.

Já aos 16 anos, Mónica Freitas tinha integrado um projeto contra o Bullying na Finlândia e, quatro anos depois, representava as jovens mulheres na Comissão Para o Estatuto da Mulher da Organização das Nações Unidas.

No currículo público revela que, em 2015 e ao abrigo do voluntariado na associação Graal (Movimento Internacional de Mulheres), participou “em vários projetos e formações nacionais e internacionais” e mais tarde, em 2018, integrou o elenco que deu “formação de Jovens Mulheres em Liderança, em Moçambique”. Ainda nesse ano, cria o projeto Wo(men) como “líder fundadora do grupo informal de jovens que tinha como objetivo sensibilizar e promover a igualdade de género e cidadania”, lê-se na rede social LinkedIn.

Em outubro de 2019, na Associação Olho-te, no Funchal, torna-se instrutora de Zumba, funções que exerce até janeiro de 2022 (e com vídeo de uma aula disponível no Facebook), mês que coincide com a nomeação como presidente da Assembleia Geral da mesma estrutura de apoio”, lê-se no LinkedIn da própria.

Passos e ações que a assistente social formada em Coimbra tem vindo a fazer mantendo ativa a estrutura pelos direitos humanos que criou: a Associação Womaniza-te, em abril de 2018. Uma plataforma “não só de igualdade de género, mas que incide também nas questões da cidadania e do consumo sustentável – desde a nossa formação temos tido o cuidado de abordar a questão do bem-estar animal e em fazer a sensibilização para um consumo mais sustentável e para um maior cuidado com o nosso planeta”, descreveu ao DN Madeira.

Esta estrutura acomoda o podcast Masturbador Virtual, que consiste em dois jovens à conversa, e no qual Mónica Freitas também participou e deixou bem vincada a sua marca.

Na emissão Jesus, Natal e Merdas (publicado há nove meses e um renovado êxito desde o início desta semana), a nova deputada era ouvida a comentar política e questões de igualdade de género com recurso a linguagem bastante livre. Pode ouvir abaixo: