Atleta paraolímpica Marieke Vervoot recorreu à eutanásia

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Atleta paraolimpica Marieke Vervoot [Fotografia: Reuters]

A atleta paraolímpica belga Marieke Vervoot morreu esta terça-feira, 22 de outubro, na sequência do recurso à eutanásia, vontade que tinha já revelado há anos. Aliás, de acordo com a informação revelada pela imprensa, Vervoot tinha na sua posse os papéis que lhe permitiam optar pela morte assistida desde 2008.

Desde aí e até hoje, entre as inúmeras provas ganhas numa cadeira de rodas, destaque para as medalhas olímpicas conquistadas em Londres, em 2012, e no Brasil, em 2016, em provas de 100 e 200 metros. Nessa altura, a atleta paraolímpica abordou a questão da eutanásia à agência noticiosa EFE: “Não é certo que recorrerei à eutanásia logo após os Jogos do Rio. Vamos ver. Um jornalista escreveu um grande título sobre isso num jornal, mas eu ainda não decidi. Assinei os papéis em 2008 porque tenho muita dor e não quero viver com dor. Quero viver, mas bem. Após o Rio não vou pedir a eutanásia. Vivo dia a dia. Quando não aguentar mais, pedirei.”

Vervoot, de 40 anos, padecia de uma doença degenerativa da coluna desde os 15 anos, deixando-a paralisada da cintura para baixo. Vivia numa cadeira de rodas desde os 20.

Nesta fase da vida, com distúrbios severos de sono devidos às dores, a atleta explicava que estava a precisar de “muitos analgésicos, valium e morfina”, alegando: “quando não aguentar mais, tenho esses papéis”.

A decisão foi tomada agora, não sem antes ter deixado claro como gostaria que a sua despedida tivesse lugar. “Quero que toda a gente tenha um copo de champanhe na mão e se lembre de mim”, afirmou em 2016, quando falava do funeral que gostava de ter.

Imagem de destaque: Reuters

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