Luís Rubiales demite-se da Federação espanhola de futebol

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[Fotografia: captura de ecrã]

“Vou demitir-me. Não consigo continuar o meu trabalho”. A frase é de Luís Rubiales neste domingo, 10 de setembro, e três semanas depois de uma longa e profunda polémica devido a um beijo não consentido a jogadora da seleção espanhola Jenni Hermoso aquando da vitória no Mundial Feminino de Futebol, na Austrália e Nova Zelândia.

Depois de ter dito que não se demitia, ter sido suspenso pela FIFA e de ter sido alvo de queixa junto da Procuradoria Geral espanhola por parte da jogadora no início desta semana, o então presidente suspenso da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) revê a sua posição e revela que está de saída.

Sobre as razões da tomada de decisão três semanas depois, Rubiales explicou: “Falar com o meu pai, com as minhas filhas. Não é uma questão em relação a mim. Os meus amigos dizem-me ‘tens de te focar na tua dignidade, continuar a tua vida, porque provavelmente vais prejudicar pessoas que amas’. Quando alguém não pensa somente em si… Tive de pensar imenso nestas três semanas. Não é uma questão que me afeta apenas a mim, pode afetar outras pessoas. Por isso esta é a decisão mais inteligente a tomar”, afirmou em entrevista ao jornalista britânico Piers Morgan.

Ainda esta mesma noite de domingo, Rubiales emitiu um comunicado a confirmar esta mesma decisão. “Após a veloz suspensão por parte da FIFA, a juntar a todos os procedimentos abertos contra a minha pessoa, é evidente que não poderei voltar ao meu cargo. Insistir em esperar e aguentar não vai contribuir para nada de positivo nem para a Federação nem para o futebol espanhol. Entre outras coisas, porque existem poderes de facto que impedirão o meu regresso”, refere a nota citada pela imprensa, e que pode ler no original e na íntegra aqui.

A decisão foi comunicada às 21.30 horas ao presidente da RFEF em exercício, Pedro Rocha, e nela fica clara também a saída de Rubiales do cargo de vice-presidência na UEFA. “Não quero que o futebol espanhol seja prejudicado por toda esta campanha desproporcional e, acima de tudo, tomo esta decisão depois de ter a certeza de que a minha saída contribuirá para a estabilidade que permitirá à Europa e a África permanecerem unidas no sonho de 2030, que permitirá trazer ao nosso país o maior evento do mundo”.

Rubiales diz estar “a olhar para frente, olhar para o futuro”. “Tenho fé na verdade e farei tudo o que estiver ao meu alcance para que ela prevaleça. As minhas filhas, a minha família e as pessoas que me amam sofreram os efeitos de perseguições excessivas, bem como de muitas falsidades, mas também é verdade que nas ruas, cada dia mais, a verdade prevalece. Daqui transmito a todos os trabalhadores, deputados, federações e gente do futebol em geral, um grande abraço, desejando-lhes muitas felicidades”, lê-se ainda na mesma nota.