
“Vou demitir-me. Não consigo continuar o meu trabalho”. A frase é de Luís Rubiales neste domingo, 10 de setembro, e três semanas depois de uma longa e profunda polémica devido a um beijo não consentido a jogadora da seleção espanhola Jenni Hermoso aquando da vitória no Mundial Feminino de Futebol, na Austrália e Nova Zelândia.
Depois de ter dito que não se demitia, ter sido suspenso pela FIFA e de ter sido alvo de queixa junto da Procuradoria Geral espanhola por parte da jogadora no início desta semana, o então presidente suspenso da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) revê a sua posição e revela que está de saída.
Sobre as razões da tomada de decisão três semanas depois, Rubiales explicou: “Falar com o meu pai, com as minhas filhas. Não é uma questão em relação a mim. Os meus amigos dizem-me ‘tens de te focar na tua dignidade, continuar a tua vida, porque provavelmente vais prejudicar pessoas que amas’. Quando alguém não pensa somente em si… Tive de pensar imenso nestas três semanas. Não é uma questão que me afeta apenas a mim, pode afetar outras pessoas. Por isso esta é a decisão mais inteligente a tomar”, afirmou em entrevista ao jornalista britânico Piers Morgan.
BREAKING: Luis Rubiales has sensationally resigned as President of the Royal Spanish Football Federation following the scandal over him kissing Spain’s Jenni Hermoso at the Women’s World Cup Final. He revealed the news in a world exclusive interview for @PiersUncensored pic.twitter.com/Kl2uQTOzqv
— Piers Morgan (@piersmorgan) September 10, 2023
Ainda esta mesma noite de domingo, Rubiales emitiu um comunicado a confirmar esta mesma decisão. “Após a veloz suspensão por parte da FIFA, a juntar a todos os procedimentos abertos contra a minha pessoa, é evidente que não poderei voltar ao meu cargo. Insistir em esperar e aguentar não vai contribuir para nada de positivo nem para a Federação nem para o futebol espanhol. Entre outras coisas, porque existem poderes de facto que impedirão o meu regresso”, refere a nota citada pela imprensa, e que pode ler no original e na íntegra aqui.
A decisão foi comunicada às 21.30 horas ao presidente da RFEF em exercício, Pedro Rocha, e nela fica clara também a saída de Rubiales do cargo de vice-presidência na UEFA. “Não quero que o futebol espanhol seja prejudicado por toda esta campanha desproporcional e, acima de tudo, tomo esta decisão depois de ter a certeza de que a minha saída contribuirá para a estabilidade que permitirá à Europa e a África permanecerem unidas no sonho de 2030, que permitirá trazer ao nosso país o maior evento do mundo”.
Rubiales diz estar “a olhar para frente, olhar para o futuro”. “Tenho fé na verdade e farei tudo o que estiver ao meu alcance para que ela prevaleça. As minhas filhas, a minha família e as pessoas que me amam sofreram os efeitos de perseguições excessivas, bem como de muitas falsidades, mas também é verdade que nas ruas, cada dia mais, a verdade prevalece. Daqui transmito a todos os trabalhadores, deputados, federações e gente do futebol em geral, um grande abraço, desejando-lhes muitas felicidades”, lê-se ainda na mesma nota.