Bordalo II monta tendas na ‘Rua Angústia’ para falar do ‘Desalojamento Local’

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[Fotografia: Pedro Rocha / Global Imagens]

“O problema é a ganância do privado VS a incompetência do Estado”, começa por dizer o artista nas suas redes sociais e onde apresenta, com imagens, a instalação ‘Desalojamento Local’, montada em véspera das manifestações nacionais pelo direito à habitação.

“Não critico turistas, estrangeiros e muito menos imigrantes, mas sim a falta de medidas que consigam equilibrar a balança e parar de expulsar as pessoas que realmente vivem nas cidades, transformando-as em gigantes parques de diversão sem alma”, acrescenta o artista que assinou recentemente peças como Walk of Shame, uma passadeira feita de impressões de notas falsas e colocada no altar-palco das Jornadas Mundiais da Juventude, e tingiu de vermelho os sinais do Campo Pequeno e como forma de protesto contra as touradas.

[Fotografia: Instagram/Bordalo II]
Bordalo II volta a querer agitar consciências e lembra que, na mensagem que publicou, “em Portugal, em 2023, há pessoas que se levantam todos os dias para trabalhar oito ou mais horas e chegam ao final do mês sem sequer conseguir pagar uma casa onde viver”.

 

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Esta instalação conta ainda com a montagem de placas que referenciam destinos que se dirige, em particular, a turistas.

[Fotografia: Instagram/Bordalo II]
Considera, por isso, que “esta situação é um problema para os que não conseguem pagar uma casa, para aqueles a quem nada sobra depois de a pagar e para quem se vê obrigado a sair, mas acima de tudo, é um problema social que vai deixar marcas profundas – há uma enorme parte da população sem condições de pensar no futuro – e isso é um problema de todos”.

Bordalo II critica ainda o facto de “quando se deixam os mercados à solta o resultado são buracos a alugar por 2.000€ por mês e é por isso que é urgente regular a loucura da especulação que retira a dignidade a uns para encher os bolsos a outros”.