Burla romântica foi a terceira mais perpetrada em 2023. segundo a APAV

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[Fotografia: Pexels/Cottonbro Studio]

As burlas românticas foram, dentro daquele segmento, o terceiro motivo que mais pedidos de ajuda gerou junto da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) em 2023, com 70 casos, atrás do comércio online, com 89, e dos ‘abusos’ perpetrados por SMS (smishing), com 72 casos.

Aliás, comprando o dados das burlas entre 2022 e 2023, a prática deste crime mais do que triplicou, passando dos 100 casos para os atuais 332.

No ano de 2023, manteve-se o destaque para os crimes de burla e formas de violência associadas à ameaça de partilha de conteúdo íntimo. No caso das burlas registou-se um total de 332 contactos, destacando-se as situações de comércio online e burlas românticas”, refere o comunicado da APAV enviado às redações. Veja aqui como detetar e escapar a uma armadilha que a quer enredar pelo alegado amor.

 

Nas estatísticas divulgadas, segue-se a extorsão económica por vias como a MBWay (29), Phishing (23), furto de identidade (15) e Vishing, ou seja, burlas por via verbal, (14).

A APAV ajudou através da sua linha de ajuda, em 2023, 102 vítimas de extorsão, 62 por acesso ilegítimo a dados privados, 48 na sequência de devassa da vida privada e 38 crianças vítimas de crimes sexuais.

A maioria das pessoas burladas, extorquidas ou vítimas destes tipos de crimes tem, na sua maioria, 18 e mais anos, como se pode ler no relatório da APAV, revelado esta terça-feira, 6 de fevereiro.

Mais um ano, mais cem casos de sextortion

Se em 2022, a plataforma de apoio às vítimas indicou a receção de uma centena de vítimas por sextortion, em 2023, o número manteve quase equivalente: 99 casos.

Recorde-se que este crime é “uma forma de violência em que a vítima é coagida a enviar conteúdo íntimo ou quantias em dinheiro, para evitar que a pessoa agressora partilhe imagens íntimas suas”, como se podeler no mesmo documento enviado pela entidade.

Abuso de menores em largo crescimento
e com conteúdo sexual na maioria autoproduzido

“Na vertente da hotline, foram registadas no total 791 denúncias, entre as quais 628 relativas a conteúdo de abuso sexual de menores — desde o início da pandemia estas formas de violência são as que mais têm aumentado, quer a nível nacional quer mundial”, refere o documento da APAV.

“No que concerne ao material de abuso sexual de menores online, a maior parte continua a ser o material auto-produzido por parte de crianças e jovens, que muitas vezes é conseguido através de manipulação perpetrada por adultos (grooming)”, acrescenta a mesma nota.