Camilla e Brigitte juntas em Versailles, no luxo e no azul noite

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Rainha Camilla e Rei Carlos III, o presidente francês Emmanuel Macron e a primeira dama Brigitte Macron [Fotografia: Ludovic MARIN / AFP]

O jantar de estado oferecido pelo presidente francês Emmanuel Macron e a primeira dama, Brigitte, ao rei Carlos III e rainha Camila, no Palácio de Versailles, nos arredores de Paris, contou com muitos metros de mesa, pratos elaborados e até a raríssima lagosta azul, e convidados como o cantor Mick Jagger, o ator Hugh Grant, a cantora Charlotte Gainsbourg ou a estreia do futebol Didier Drogba.

Uma noite em que o rei Carlos III pediu a “revigoração” da amizade franco-britânica, enquanto o chefe de Estado francês Emmanuel Macron apontou a visita do monarca a França como um “tributo ao passado” e “garantia do futuro”.

Quando à primeira-dama francesa e à rainha Camilla, ambas escolheram um azul a homenagear as bandeiras dos países que representam. A primeira escolheu uma peça da casa de luxo francesa Louis Vuitton e a segunda elegeu um vestido e capa longos da autoria de Maria Grazia Chiuri, da Dior.

[Fotografia: Daniel LEAL / AFP]
[Fotografia: Daniel LEAL / AFP]

Antes, Camilla tinha comparecido na cerimónia que decorreu no Arco do Triunfo em Paris com um longo casaco rosa claro da marca britânica Fiona Clare Aldridge.

Nos discursos durante a soirée no Palácio de Versailles, Carlos III vincou que “cabe a todos nós revigorar a amizade para que esteja à altura dos desafios deste século XXI”, após a turbulência causada pelo Brexit.

Carlos III elogiou o facto de Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, terem iniciado uma renovação das relações entre os dois países, durante uma cimeira franco-britânica em março no Eliseu, a primeira em cinco anos.

Emmanuel Macron agradeceu, por sua vez, ao rei Carlos III pela sua visita de Estado a França, poucos meses após a sua coroação, considerando este “um sinal de amizade e confiança”, bem como um “tributo ao passado” comum e uma “garantia do futuro”.

“Apesar do Brexit, porque o que nos une vem de tão longe e o senhor está aqui hoje, Sua Majestade, sei que continuaremos a escrever juntos parte do futuro do nosso continente, a enfrentar os desafios e a servir as causas que temos em comum”, realçou o Presidente francês a partir do imponente cenário da Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes.

As relações franco-britânicas “nem sempre foram pacíficas”, mas este “movimento de oscilação, esta dança de hesitação contribuiu para entrelaçar os nossos destinos”, acrescentou o governante.

As memórias de Isabel II em Versailles

A troca de palavras entre os duas figuras ficou também marcada pela memória da mãe de Carlos III, a rainha Isabel II, que tinha sido recebida para almoçar no mesmo local em 1957 e nutria “o maior carinho pela França”, como recordou o filho. “Pensamos profundamente nela e no príncipe Filipe, ao recebê-los esta noite com a rainha”, sublinhou Emmanuel Macron.

O rei contou como a sua mãe, então princesa herdeira, e o seu pai dançaram “até de madrugada” num famoso cabaré parisiense “enquanto Edith Piaf cantava”, durante uma visita à França em 1948.

O Rei Carlos III do Reino Unido iniciou hoje uma visita de Estado de três dias a França, destinada a realçar a amizade entre os dois países, depois de a viagem ter sido adiada em março. A deslocação acontece seis meses depois de ter sido adiada devido à contestação social violenta às reformas das pensões em França, viagem que teria sido a primeira do sucessor de Isabel II ao estrangeiro.

Na quinta-feira, Carlos III vai discursar perante os parlamentares franceses no Senado, e depois juntar-se a Macron junto à Catedral de Notre-Dame para ver os trabalhos de renovação em curso com o objetivo de reabrir o edifício até ao final do próximo ano.

O rei terminará a viagem na sexta-feira com uma paragem em Bordéus, onde vai encontrar-se com pessoas afetadas pelos incêndios florestais de 2022 na região e visitar a Forêt Experimentale, um projeto concebido para monitorizar o impacto do clima nas florestas urbanas, e uma vinha pioneira numa abordagem sustentável da produção de vinho.