Como podem as mulheres evitar cataratas na velhice?

A perda de visão é uma das consequências mais comuns do envelhecimento. A catarata ocular, em particular, afeta 64% das pessoas com mais de 70 anos e as mulheres são ligeiramente mais afetadas que os homens. Andreia Rosa, oftalmologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), dedicou-se ao estudo desta doença e foi distinguida com um prémio Pfizer, atribuído anualmente por esta farmacêutica e pela Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa aos projetos de investigação básica na área da biomédica.

“Em estudos americanos, 38,8% dos homens e 49% das mulheres com mais de 74 anos tinham perda significativa da acuidade visual devido à existência de cataratas. Também pode afetar as crianças. Por exemplo, a incidência de catarata congénita registada no Reino Unido em 2002 era de 2,5 casos por 10 mil crianças com idade inferior a um ano”, começou por explicar ao Delas.pt Andreia Rosa.

Na investigação que a levou a ganhar um prémio, a oftalmologista associou, pela primeira vez, as queixas dos doentes com lentes multifocais à atividade funcional do cérebro em tempo real. Uma descoberta que vai permitir, no futuro, selecionar melhor as lentes implantadas nos doentes com cataratas.

Esperamos contribuir para o desenvolvimento de melhores lentes, para a melhor seleção da lente para cada doente e para um melhor tratamento dos sintomas que alguns doentes apresentam, sobretudo com lentes multifocais, mas não exclusivamente com estas”, revelou a oftalmologista.

Quem tem alta miopia ou diabetes tem maiores probabilidades de vir a ter cataratas. No entanto, esta doença ocular também está associada à toma de alguns medicamentos. É, por isso, necessário estar atento aos sintomas (pode ver quais são na galeria de imagens acima) e evitar comportamentos de risco.

“Há outros fatores de risco como a radiação ultravioleta B, tabagismo e alcoolismo que podem ser evitados, mas o grande fator de risco para a catarata é o envelhecimento”, acrescentou Andreia Rosa.


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