
O Complexo do Alemão (CPX), no Rio de Janeiro, Brasil, vai ser a morada de uma nova instituição pública do nível superior. Na favela vai ser construído um campus do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ).
A construção pressupõe um investimento total de 25 milhões de reais (aproximadamente cinco milhões de euros) e a instituição irá ocupar o lugar da antiga fábrica de plástico Tuffy Habib, avança o site “Só Notícia Boa”.
O campus foi anunciado em 2011, pela presidente Dilma Rousseff, mas o projeto ficou estagnado mais de uma década. “São 12 anos de luta. Estamos nesta [luta] desde 2011. Não conseguimos em 2015, por causa do impeachment da Dilma [processo de destituição da Dilma], as coisas esfriaram… Naquela época eram mais de oito milhões e meio para fazer [a obra], tínhamos problemas com o terreno, então acabou por não ser feito”, contou Allan Brum Pinheiro, líder comunitário e militante no CPX.
“Já está assinada a desapropriação do terreno para a construção do IFRJ no Complexo do Alemão. Será no antigo terreno da Tuffi”, confirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Porquê uma faculdade na favela?
Em 2023, segundo os dados apresentados pelo Instituto Pereira Passos da Prefeitura do Rio de Janeiro, apenas 4% dos jovens entre os 18 e os 14 anos, que moram no Complexo do Alemão, frequentaram ou frequentam o ensino superior.
“Isto é uma dívida. Nenhum país liberta as pessoas se não existir educação”, disse Camilo Santana, ministro da Educação, segundo o mesmo site.