Consumo de álcool rápido e excessivo e embriaguez sobe nas mulheres

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[Fotografia: Pexels/Rojda]

As autoridades registaram mais de 4.500 internamentos hospitalares com diagnóstico principal atribuível ao consumo de álcool em 2022, um ano em que aumentou o consumo ‘binge’ (ingestão rápida e massiva de álcool) e a embriaguez, em particular nas mulheres.

Os dados constam do o Relatório Anual 2022 – A situação do país em matéria de álcool, divulgado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e consolidam dados que já em junho do ano passado estavam patentes no V Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral 2022, que indicava uma subida da prevalência do consumo de álcool entre 2017 e 2022 (de 49,1% para 56,4%).

A prevalência de consumo ‘binge’, pelo menos uma vez no último ano, era de 10,3% para o total da população, similar aos valores de 2012 e 2017, sendo os consumidores sobretudo homens com idades entre os 25 e os 44 anos.

De acordo com o mesmo relatório, o número de pessoas que iniciaram tratamento por problemas relacionados com álcool subiu para 4.867 em 2022, o valor mais alto dos últimos 10 anos, sobretudo à custa dos readmitidos (1546 utentes), segundo o relatório divulgado nesta terça-feira, 30 de janeiro. O documento do SICAD – atualmente designado Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD) – indica ainda que aumentaram também, pelo segundo ano consecutivo, os utentes em ambulatório (+4%), após a descida em 2020, estando ainda um pouco aquém do valor de 2019, antes da pandemia.

Também subiu pelo segundo ano consecutivo o número dos que iniciaram tratamento no ano (+9% face a 2021). O aumento foi mais acentuado nos readmitidos (+17%) do que nos novos utentes (+5%), com o valor de readmitidos a ser o mais elevado dos últimos 10 anos e o de novos utentes já próximo dos níveis pré-pandemia.

com Lusa