‘Crononutrição’. Jantar depois das nove da noite traz sérios perigos às mulheres

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[Fotografia: Pexels/Sam Lion]

Ciência traz nova luz sobre a relação entre a hora em que se janta ou se toma o pequeno-almoço, o intervalo de jejum intermitente e os riscos concretos para a saúde, sobretudo no caso das mulheres.

Um estudo levado a cabo por cientistas franceses concluiu que jantar depois das nove da noite está correlacionado com um risco acrescido de 28% de acidentes vasculares cerebrais, sobretudo nas mulheres, e quando comparado com quem come pelas oito da noite, apenas uma hora antes.

A mesma investigação levada a cabo no âmbito deste capítulo da ‘crononutrição’ – a hora a que se come – também faz revelações no que respeita à primeira refeição da manhã.

A análise, refere a mesma equipa, indica que quem ingere o pequeno-almoço pelas nove da manha tem 6% mais probabilidades de incorre no risco de doenças cardiovasculares do que quem o faz antes e até às oito da manhã. Desta forma, também o período de jejum noturno tem influência na saúde, incrementando o risco de AVC se período for encurtado.

Para os cientistas, a escolha da hora a que se come, ou mesmo não tomar o pequeno-almoço, é determinante para regular funções essenciais do corpo e do descanso, refletindo-se depois na regulação da pressão arterial, fator envolvido nas patologias acima descritas.

A equipa – que juntou investigadores da Université Sorbonne Paris Nord, do Instituto de Saúde Global de Barcelona, ​​do Inserm – analisou dados de mais de 103 mil franceses, sobretudo mulheres (79%) com idade média de 42 anos, para procurar encontrar a relação entre padrões alimentares e doenças cardiovasculares predominantes, concluindo que por cada hora de atraso nas refeições há um incremento de 6% de risco.

E se estes dados, que foram publicados em dezembro na revista Nature e podem ser consultados no original aqui, trazem luz sobre a hora a que se come, para lá da qualidade do que se come, os investigadores pedem ainda mais investigações nesta matéria.